Colóquio/Letras 216
25 de Abril
No comovente editorial escrito para este número, Nuno Júdice, que nos deixou no dia 17 de março, evoca o seu Mestre Luís Filipe Lindley Cintra, um “Homem raro” naqueles “dias de chumbo” da ditadura, “mais raro ainda nestes dias de hoje, em que sobre a cinza e a lama de tanta coisa que nos rodeia restam os valores que Lindley Cintra nos ensinou e que não morrem: a Palavra autêntica do humano, e a Poesia.” De Nuno Júdice nos fica também a luz do seu exemplo e da sua palavra.
50 anos depois da Revolução dos Cravos, que permitiu o fim da guerra colonial e o início da descolonização, republica-se, em suplemento, o mais impressionante conjunto de poemas portugueses sobre a guerra, da autoria de Fernando Assis Pacheco, que a viveu em Angola. Por via da censura, estes poemas saíram em 1972 numa “versão vietnamita” (Câu Kiên: Um Resumo) e só em 1976 se puderam publicar na versão original (Catalabanza, Quilolo e Volta). Apresenta-se agora uma edição que destaca as alterações feitas pelo autor para contornar a censura.
Sobre o 25 de Abril, as ditaduras e a guerra, a colonização e a liberdade tanto tempo ansiada, escrevem autores de hoje, nascidos em Portugal e Angola: Alice Neto de Sousa, Ana Margarida de Carvalho, Daniel Jonas, Djaimilia Pereira de Almeida, José Luís Mendonça, Margarida Vale de Gato e Tatiana Faia.
Presta-se ainda homenagem ao poeta Sebastião da Gama, no ano do seu centenário, e a Eduardo Prado Coelho, que teria agora completado 80 anos.
Mónica de Miranda é a artista convidada.
SumárioFicha técnica
- Outras Responsabilidades:
Nuno Júdice (dir.)
- Idioma:
- Português
- Editado:
- Lisboa, 2024
- Entidade
- Fundação Calouste Gulbenkian
- Dimensões:
- 170 x 240 mm
- Páginas:
- 228