No ano do quinto centenário do nascimento de Luís de Camões, homenageamos personalidades que estudaram a obra do poeta sob diversos pontos de vista.

De entre elas evocamos Vasco Graça Moura, que lhe dedicou parte dos seus ensaios, a partir de uma investigação pessoal que ajudou a esclarecer múltiplos aspetos, da iconografia à vastíssima cultura de Camões, clássica, científica, retórica — investigação sempre original e baseada nos textos que conhecia ao pormenor.

Damos também uma perspetiva do poeta, do narrador e do tradutor que Vasco Graça Moura foi, deixando um contributo importante em cada uma dessas áreas, sendo no entanto o poeta que marcou a segunda metade do século XX. Na sua produção, o rigor formal concilia-se com uma linguagem renovadora, em muito responsável pela sua afirmação no quadro da nossa poesia contemporânea.

Outros estudos completam este número, em diversas temáticas, abrindo linhas de interpretação originais que contribuem para a diversidade de propostas que a revista continua a oferecer, convidando novos ensaístas que aqui encontram um lugar de expressão para os seus trabalhos.

Entre clássicos que suscitam novas abordagens e autores que permanecem num limbo de que importa retirá-los, há um equilíbrio que permite a descoberta de tópicos por vezes surpreendentes, como é o caso da visita de Fialho de Almeida à Galiza.

O número conta com a colaboração artística de Lúcia David.