Colóquio/Letras 212
jan-abr 2023
Ana Luísa Amaral / Escrita no feminino
Celebraram-se em 2022 os 50 anos da publicação de Novas Cartas Portuguesas de Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa, obra que pôs em primeiro plano a presença da autoria feminina na literatura portuguesa, pela sua qualidade literária, já destacada nesta revista, mas também pelo processo judicial movido pelo poder político às autoras, a que só o 25 de abril de 1974 pôs termo. A Ana Luísa Amaral se deveu, em 2010, a organização de uma edição anotada do livro das «Três Marias», na sequência do seu interesse pela literatura escrita por mulheres, e é justa a homenagem que lhe é prestada nesta Colóquio/Letras, meses depois de partir, deixando um vazio na poesia portuguesa contemporânea.
A revista dedica parte deste número a algumas das autoras portuguesas mais significativas da segunda metade do século XX. Falamos de Natália Nunes, Maria Judite de Carvalho, Maria Ondina Braga, Fernanda Botelho e Ilse Losa. Com linguagens e temas muito diversos, a presença feminina na nossa escrita de ficção entre as décadas de 50 e 70 constitui, sem dúvida, um contributo essencial para um olhar mais próximo e sensível sobre a realidade social deste período, a que — talvez pela emergência de uma nova literatura, surgida, já em democracia, a partir dos anos 80 — tem sido dada pouca atenção.
Sumário
Ficha técnica
- Outras Responsabilidades:
Nuno Júdice (dir.)
- Idioma:
- Português
- Editado:
- Lisboa, 2023
- Entidade
- Fundação Calouste Gulbenkian
- Dimensões:
- 170 x 245 mm
- Páginas:
- 208