“Na década de 60, os anos que, entre nós, definem o termo da vigência do paradigma modernista, assiste-se a uma revivescência da tradição vanguardista. O conjunto de cinco plaquettes saído em Faro sob uma capa comum com o título de Poesia 61 protagoniza o momento inaugural dessa revivescência.” (Fernando J. B. Martinho)

O número 177 dedica um dossier aos 50 anos de Poesia 61, prestando homenagem aos cinco poetas aí reunidos: Casimiro de Brito, Fiama Hasse Pais Brandão, Gastão Cruz, Luiza Neto Jorge e Maria Teresa Horta.

O dossier inclui ensaios de Fernando J. B. Martinho (“Texto e contexto de Poesia 61 num quadro tardo-modernista”), António Carlos Cortez (“Poesia 61 hoje: uma necessária heterodoxia”), Ana Klobucka (“Elas, eles e elos”) e Jorge Fernandes da Silveira (“Grafiamas”). Os desenhos são de Manuel Baptista.

Publicam-se ainda artigos de Maria João Reynaud (“Herculano: exílios e profetismo”); Pierre Rivas (“As amizades francesas de Adolfo Casais Monteiro”), Rogério Miguel Puga (“Adolescentes, de Adolfo Casais Monteiro, enquanto romance de formação”), José Eduardo Reis (“‘Entre pássaro, flor e mágoa’. Entre textos de Luísa Dacosta”), Maria Lúcia Wiltshire (“Manuel Gusmão: ‘alguém chama pelo teu nome’”), Maria Esther Maciel (“Exercícios de zooliteratura em Machado de Assis e Guimarães Rosa”).

Ana Marques Gastão entrevista o escritor António Vieira, autor de Fausto e de Ensaio sobre o Termo da História, versus António Bracinha Vieira, psiquiatra, professor universitário, antropólogo e etólogo.

Margaret Mascarenhas, autora de A Cor da Pele, viaja até à Goa da sua infância na crónica “História, memória e imaginação”.

O número inclui poemas de Margarida Vale de Gato e Fernando Eduardo Carita e um excerto do romance inédito A Rapariga sem Carne de Jaime Rocha.