Grande parte deste número da revista é dedicado à poesia. Tentando traçar algumas perguntas, tentando desenhar alguns percursos, o volume abre com dois textos sobre Miguel Torga, da autoria de Eduardo Lourenço e de João Bigotte Chorão, em homenagem a esse grande vulto da literatura portuguesa entretanto falecido. E porque a palavra é, em primeiro lugar, dada aos poetas, o corpo da publicação inicia-se com produção original em verso de Sebastião da Gama, David Mourão-Ferreira, António Carlos Leal da Silva, Fernando Echevarría, Carlos Ceia e um semi-inédito de Carlos Drummond de Andrade comentado por Edson Nery da Fonseca. Na parte ensaística, destaque para o trabalho de Rip Cohen que aponta uma nova e revolucionária perspetiva para a leitura das Trovas de Chrisfal (reproduzidas em extratexto a partir da sua primeira versão).

Autores homenageados, dado o seu recente desaparecimento, são Fernando Vieira e Luís Miguel Nava, de quem se publica uma importante carta inédita.

A ilustração de todo o conjunto coube ao fotógrafo Gérard Castello Lopes e à pintora Teresa Ferrand.