Colóquio/Letras 196

set – dez 2017

António Ramos Rosa / Herberto Helder

Se houve poetas que marcaram, logo a partir dos seus primeiros livros, a renovação da poesia portuguesa desde finais dos anos 50, eles foram António Ramos Rosa (O Grito Claro, 1958, e Viagem através duma Nebulosa, 1960) e Herberto Helder (O Amor em Visita, 1958 e A Colher na Boca, 1961).

A força destas obras evidenciou-se em toda a década de 60, e nas seguintes, em que tanto Ramos Rosa como Herberto prosseguiram um trabalho de publicação de poesia e ensaio, o primeiro, e poesia e ficção, o segundo, com livros que os tornaram dois nomes centrais da literatura do século XX e da contemporaneidade.

Talvez menos conhecida seja a relação literária e de amizade que mantiveram, e as cartas inéditas aqui publicadas são disso notável testemunho.

Acompanhando este número temos o privilégio da colaboração de Rui Chafes com algumas peças da sua “obra ao negro”, para usar a bela expressão de Marguerite Yourcenar, em tudo consonante com a alquimia verbal da escrita de Herberto e a “voz inicial” de Ramos Rosa.

Não podia a revista passar em silêncio o aniversário de Raul Brandão, nos 150 anos do seu nascimento e nos 100 anos da publicação de Húmus. E, dado passarem agora os 200 anos da execução de Gomes Freire de Andrade, juntamente com outros onze liberais — episódio descrito por Brandão em A Conspiração de 1817 —, publica-se uma carta inédita, dirigida a Matilde de Faria Melo, que viria a ser a personagem de Felizmente Há Luar (1961), de Luís de Sttau Monteiro — uma das grandes peças do nosso repertório teatral do século XX.

Para além das secções habituais de crítica, o número conta ainda com um inédito de Rui Nunes: “A Caçada”.

 

Sumário

Ficha técnica

Outras Responsabilidades:

Nuno Júdice (dir.)

Idioma:
Português
Editado:
Lisboa, 2017
Entidade
Fundação Calouste Gulbenkian
Dimensões:
170 x 245 mm
Páginas:
288
Atualização em 16 dezembro 2021

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