Com Voltar a Irene Lisboa, pretendeu dar-se uma resposta fortemente afirmativa ao título de um livro da autora (Voltar atrás para quê?) e, do mesmo passo, trazer a primeiro plano a obra de uma das maiores escritoras deste século, tão injustamente esquecida e mal-amada.

Ilustrado com pinturas de Teresa Ferrand feitas com a incorporação de elementos iconográficos ligados a Irene Lisboa, o volume apresenta ainda reprodução de abundante documentação do espólio da autora.

O número abre com dois trabalhos panorâmicos, o primeiro, de Óscar Lopes, uma leitura globalizante da produção ireniana, o segundo, de Paula Morão, roteiro das apreciações críticas surgidas na imprensa a propósito da poesia da autora e do seu livro de prosa Solidão. Segue- se um núcleo de ensaios — de Fernando J . B . Martinho, J. V. Vieira- Pimentel e Helena Carvalhão Buescu —, todos eles centrados na obra poética, sendo a obra em prosa tema das contribuições de Maria João Reynaud, Silvina Rodrigues Lopes e Isabel Allegro de Magalhães. Os livros de carácter autobiográfico e os de vocação infanto-juvenil são tratados, respetivamente, por Luísa Dacosta e Matilde Rosa Araújo, encerrando Catherine Dumas o dossier com um estudo do diário íntimo em vários autores portugueses, entre os quais se inclui Irene Lisboa.

A revista oferece, em fac-símile, dois textos da homenageada: «Pastoral» e «O Amante».