O capital natural e as empresas
A Iniciativa Gulbenkian Oceanos procura promover soluções de negócio que acrescentem valor ao tecido empresarial e simultaneamente, otimizem a gestão sustentável dos recursos naturais. Ao identificar que as empresas tendem em excluir sistematicamente o capital natural dos seus processos de tomada de decisão, desenvolvemos o projeto “Capital Natural Azul – e uma gestão empresarial sustentável”.
Este projeto, assente em quatro etapas estratégicas – 1) Conhece; 2) Analisa; 3) Adota; e 4) Lidera – tem como objetivo facilitar a adoção da contabilidade do capital natural por parte do setor empresarial português.
1º Conhece
O que é o capital natural?
O capital natural é o stock de ativos naturais (p.e. água, solo, ar, oceanos, florestas, etc.) de onde fluem uma série de benefícios para a sociedade, tais como os alimentos, a água, os recursos farmacêuticos e medicinais, os recursos renováveis para a produção de energia, e o espaço para transporte e para desenvolver atividades lúdicas e desportivas. Outros benefícios muito importantes, embora invisíveis, incluem a regulação da temperatura, o sequestro de carbono e a produção de oxigénio. Todos estes benefícios são vitais para o bem-estar humano e para uma economia sustentável.
Qual o problema entre o capital natural e as empresas?
Os benefícios que fluem do capital natural, juntamente com outras formas de capital já muito conhecidas (p.e. humano, financeiro, manufaturado, intelectual e social) são a base dos processos de produção e da atividade económica. Enquanto as empresas são perfeitamente capazes de identificar e reconhecer a importância dos seus ativos financeiros, o capital natural é frequentemente excluído do sistema económico e contabilístico e, desta maneira, rejeitado dos processos de tomada de decisão em contexto empresarial. Se não soubermos o valor de um ativo, seja ela financeiro, natural ou de outro tipo, torna-se extremamente difícil ou mesmo impossível saber como geri-lo eficientemente. Dado que muitas empresas dependem do capital natural, tanto diretamente ou através da cadeia de fornecedores, é fundamental reconhecer e dar um valor a estas dependências e ao impacto que a atividade económica possa ter sobre uma provisão (in) sustentável do capital natural.
A invisibilidade económica dos recursos naturais gera uma ineficiência na gestão dos mesmos, exclui importantes riscos e oportunidade de negócio da tomada de decisão e põe em causa a estabilidade financeira do setor empresarial.
Para saber mais sobre esta temática, faça o download da nossa brochura “Capital natural Azul – e uma gestão empresarial sustentável”, desenvolvida com base num questionário respondido por 201 organizações portuguesas da Economia do Mar.
“Capital natural Azul – e uma gestão empresarial sustentável” (PDF 1MB)
2º Analisa
Qual a melhor resposta a este problema?
A contabilidade do capital natural ajuda a resolver o problema da invisibilidade económica dos recursos naturais nas empresas. Define-se como o processo de identificar, medir e valorar os impactos e as dependências entre o capital natural e as atividades económica.
O Protocolo do Capital Natural, (o Protocolo), lançado em Julho de 2016 pela Natural Capital Coalition, é atualmente a ferramenta mais robusta para proceder à contabilidade do capital natural de uma empresa. Construída através de metodologias já existentes, o Protocolo permite que qualquer empresa de qualquer setor económico possa contabilizar o capital natural. Foi especificamente desenhado para que os gestores possam informar melhor as suas decisões, guiando-os por quatro fases: “porquê”, “o quê” e “como” contabilizar o capital natural e finalmente, na fase “o que vem a seguir”, explicar como é que os resultados podem ser integrados, com sucesso, nos processos de tomada de decisão.
Já fez o download do Protocolo do Capital Natural? Faça-o diretamente aqui.
Quais os benefícios de utilizar e aplicar o Protocolo do Capital Natural?
Os benefícios associados à aplicação do Protocolo são muitos, tais como: redução de custos através de um aumento de produtividade e eficiência na utilização e/ou exploração dos recursos; aumento de receitas através da criação de novas oportunidades de negócios que integrem produtos e serviços inovadores e sustentáveis; melhoria da imagem corporativa através de uma maior transparência; uma maior atração e fidelização de clientes, cada vez mais conscientes para as questões ambientais; melhoria de acesso ao financiamento através da atração de investidores e credores que estão cada vez mais alerta para a performance ambiental das empresas; inúmeros benefícios às comunidades locais e aos ecossistemas naturais que estão cada vez mais expostos a externalidades negativas. Finalmente, a contabilidade capital natural ajuda as empresas a otimizarem os seus processos de gestão de risco.
Qual a aplicabilidade do Protocolo do Capital Natural?
Conheça as ferramentas de capacitação e formação da Fundação Calouste Gulbenkian
Sessão de informação sobre o Protocolo do Capital Natural
Data: 22 de junho de 2016
Saber mais
Formação “Natural Capital Protocol” (em inglês)
27 de Setembro de 2016 – 1º workshop
1º Workshop. Agenda disponível em inglês (PDF 265kB)
26 de Outubro de 2016 – 2º workshop
2º Workshop. Agenda disponível em inglês (PDF 265kB)
A formação “Natural Capital Protocol”, promovida em parceria com o BCSD Portugal, contou com a presença de aproximadamente 40 empresas (grandes e PMEs) de 31 setores de atividade económica.
Conheça outras ferramentas de formação disponíveis
Natural Capital Hub – plataforma online que disponibiliza informação sobre capital natural – casos de estudo, notícias, eventos, etc.
Natural Capital Application Program – Este programa tem como objetivo apoiar as empresas a aplicar o Protocolo através de webinars e outros materiais relevantes, assim como introduzi-las a equipas de formadores e consultores. Para aceder gratuitamente ao programa basta preencher o formulário de inscrição.
3º Adota
“Desafio Capital Natural”
A Fundação Calouste Gulbenkian e o BCSD Portugal estão a promover o “Desafio Capital Natural” até Junho de 2017 de forma a acelerar e facilitar a adoção do Protocolo do Capital Natural.
Este Desafio é exclusivo para as empresas que participaram na formação “Natural Capital Protocol”
4º Lidera
“Radar de Ideias Pioneiras – Capital Natural”
Na sequência do “Desafio Capital Natural”, a Fundação Calouste Gulbenkian irá publicar e apresentar um “Radar de Ideias Pioneiras – Capital Natural” em Setembro 2017.
Espera-se que este evento possa: i) reconhecer e dar valor às empresas pioneiras na temática da contabilidade do capital natural, reforçando a sua imagem junto de stakeholders relevantes e posicionado as mesmas como uma referência ao nível das soluções de negócio sustentáveis; ii) impulsionar o aparecimento de seguidores de mercado.