Um ano com novos desafios
Iniciou-se ainda em 2015 uma reflexão sobre a estratégia de intervenção da Fundação Calouste Gulbenkian que teve como objetivo principal assegurar que continue a ser uma instituição filantrópica de referência, permitindo a sua necessária adaptação aos novos e desafiantes contextos culturais, sociais e económicos.
O âmbito e a complexidade de um processo desta natureza recomendou que fosse aprofundado um modelo de auscultação interno e externo que permitiu delinear os termos de referência da estratégia a longo prazo da Fundação, compatibilizando a estabilidade da nossa ação e a preservação do nosso legado com a evolução das prioridades da sociedade que servimos e em que o universo digital ocupará, de forma crescente, um lugar central, preparando a Instituição para o século XXI.
2017 será o ano em que começarão a ser testadas algumas das propostas que foram emergindo neste processo, com o gradualismo que se impõe numa instituição com 60 anos de história, mas sem nunca abandonar a nossa vocação fundadora de inovação social e de antecipação das respostas aos novos problemas. Pretendemos dar mais coerência ao papel último da Fundação que consiste em contribuir para uma sociedade mais justa e solidária, que ofereça iguais oportunidades e que seja sustentável, preparando os cidadãos do futuro.
Na área distributiva, a escolha de áreas temáticas mais focadas e interligadas obrigará a alguns reajustamentos na organização da Fundação, tornando-a mais flexível, concentrada e com maior capacidade para estruturar as suas atividades, atuando de modo mais articulado e procurando conseguir maior impacto na sua ação.
Este esforço da Instituição resulta de uma agenda partilhada com os nossos pares, sobretudo na Europa, e, nesta medida, em 2017, iremos continuar parcerias privilegiadas com as principais fundações europeias. O projeto Vision Europe que, em novembro de 2016, debateu na Fundação a questão dos refugiados, é um exemplo desta colaboração reforçada e que continuará em 2017, em Turim, na Fundação Compagnia di San Paolo, para debater o impacto da Globalização no aumento da Desigualdade.
Em maio deste ano, a Fundação terá também uma nova Presidente, a Dr.ª Isabel Mota. Integrando com funções executivas o Conselho de Administração da Fundação desde 1999, as suas excecionais qualidades humanas e profissionais, o profundo conhecimento da Instituição, a marcante capacidade para motivar equipas e fazer acontecer, a reconhecida experiência na intervenção nos grandes problemas da sociedade, tal como o elevado sentido de cidadania que sempre demonstrou, constituem uma garantia de estabilidade e de excelência no desempenho de uma função especialmente exigente.
Bom Novo Ano!
Artur Santos Silva