Sydney Brenner
Biólogo sul-africano, pioneiro na área da biologia molecular, Prémio Nobel da Fisiologia ou Medicina em 2002 (com H. Robert Horvitz e John Sulston), Sydney Brenner morreu hoje, aos 92 anos, em Singapura, onde vivia.
Sydney Brenner, que foi presidente do Conselho Científico do Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC) entre 1998 e 2012 e presidente do seu Comité de Gestão até 2015, teve um papel fundamental no desenvolvimento da instituição e na internacionalização da ciência portuguesa, tendo sido agraciado, em 2009, com a mais alta condecoração destinada à ciência e cultura, em Portugal: a Grã Cruz do Infante D. Henrique.
“Sempre presente, generoso, sapiente e otimista, Brenner teve um papel fundamental na redefinição da estratégia institucional e na sua implementação, a partir de 1998, nomeadamente na estrutura aberta e “horizontal” do Instituto e na política de total autonomia científica e operacional para investigadores muito jovens.”
Isabel Mota
Presidente da Fundação Calouste Gulbenkian
“Sydney Brenner foi um cientista brilhante que nos continuava a impressionar cada vez que o ouvíamos ou falávamos com ele ainda recentemente. Falar com ele abria-nos horizontes e fazia-nos ambicionar mais. Tivemos uma sorte imensa em tê-lo como um pilar essencial de apoio ao desenvolvimento e consolidação do IGC. Ele foi um apoio critico aos Professores António Coutinho e Jonathan Howard, diretores do IGC, e a todos nós estudantes e investigadores principais do IGC e dos seus programas de doutoramento.”
Mónica Bettencout Dias
Diretora do Instituto Gulbenkian de Ciência
“Sydney Brenner foi um dos grandes, dos maiores, da Ciência do Século XX: um homem como poucos e um cientista excecional.
Sempre tratou o IGC e a Fundação Gulbenkian de forma especial, com atenção e carinho, mas sem concessões nem ligeirezas. Por exemplo, a sua primeira conferência de imprensa no dia seguinte ao anúncio da atribuição do Prémio Nobel em 2002 foi à sua chegada a Lisboa, onde vinha para uma reunião com o Administrador para a Ciência da FCG. Apesar das suas responsabilidades, literalmente por todo o mundo (UK/Europa, USA, Japão, Singapura), Brenner encontrou o tempo para estar presente em todas as reuniões dos órgãos do IGC, para organizar conferências para a FCG, participar em múltiplas reuniões dos Programas Doutorais do IGC ou vir simplesmente conversar. O IGC foi o palco do seu último seminário científico, sobre evolução de genomas.”
António Coutinho
Diretor do Instituto Gulbenkian da Ciência de 1998 a 2012