Portas abertas às jovens estrelas

A Fundação Gulbenkian volta a receber uma edição do Rising Stars, o festival de jovens estrelas em ascensão promovido pela ECHO, rede que integra algumas das principais salas de concertos europeias.
23 fev 2016

Este ano, a entrada é livre para todos os espetáculos e haverá sessões de cinema de animação sobre o tema da música (antestreia da Monstra – Festival de Animação de Lisboa), entre outras atividades.

São 11 jovens músicos de diferentes nacionalidades e em início de carreira. Em comum têm um invulgar talento que não passou despercebido aos diretores artísticos da ECHO. Por essa razão, foram escolhidos para tocar em salas de concertos como o Concertgebouw de Amesterdão, o Barbican Centre de Londres, ou o Muzikverein, em Viena. A Fundação Gulbenkian e a Casa da Música, parceiras desta rede, acolhem este pequeno festival pelo terceiro ano consecutivo, no âmbito das suas temporadas artísticas.

Este ano haverá novidades, a começar por um novo formato, com os concertos a sucederem-se ao longo de um domingo de portas abertas. Serão exibidos filmes de animação no auditório 3, incluindo títulos como Abraço do Vento de José Miguel Ribeiro, com música de Carlos Paredes; Midnight Dance de John McCloskey, inspirado na Dança Macabra de Saint Saens; ou Agoraphobic de Grégoire Pont, com música de Marc-André Dalbavie.

Como vertente pedagógica deste projeto, os músicos vão orientar workshops e masterclasses destinados a alunos de escolas de música. Ao mesmo tempo, alguns jovens compositores e realizadores de cinema de animação frequentam um workshop com dois dos maiores especialistas mundiais em animação digital em tempo real (tag tools): Marcus Dorninger e Mathias Fritz. No domingo, entre os recitais dos Rising Stars, haverá pequenas apresentações informais das técnicas aprendidas neste workshop de tag tools.

 

Uma maratona de recitais

O harpista holandês Remy van Kesteren será a primeira jovem estrela a subir ao palco do Grande Auditório (11h). Formado nos conservatórios de Utreque, Paris e Amsterdão, foi proposto pelo Concertgebouw e pelo Bozar de Bruxelas. Estreou-se no Concertgebouw com 16 anos e, desde então, tem vindo a acumular vários prémios e distinções, atuando em várias salas de prestígio como o Carnegie Hall, em Nova Iorque, e gravando alguns discos, o último dos quais editado pela Deutsche Grammophon.

Van Kesteren vai interpretar peças de Marcel Tournier, Claude Debussy, Mozart, Martin Fondse, Dmitri Chostakovitch, Sergei Prokofiev e estreará a obra Duality do compositor holandês Oene van Geel (encomenda Rising Stars).

Às 13h, atua o barítono alemão Benjamin Appl indicado pelo Barbican Centre, de Londres. Appl formou-se na Guildhall School of Music & Drama e foi também aluno do lendário cantor Dietrich Fischer-Dieskau. A sua atividade tem-se repartido entre a ópera (Festival de Aldeburgh, Deutsche Staatsoper, Berlim), e recitais em salas como o Wigmore Hall ou o Carnegie Hall, acompanhado pelos pianistas Graham Johnson ou Malcolm Martineau, com quem gravou um disco. Traz na bagagem um reportório de Lieder de Franz Schubert, canções de Grieg e uma nova composição do compositor americano Nico Muhly (encomenda Rising Stars).

O recital seguinte (15h) terá como protagonista a violoncelista holandesa Harriet Krijgh, que tocará sonatas de Mendelssohn e de Brahms e ainda uma obra de Messiaen. O seu nome resultou da escolha conjunta das salas da cidade onde vive, Viena, e onde tem atuado, a Wiener Konzerthaus e o Musikverein Wien.

A propósito da sua nomeação para os Rising Stars deste ano, diz-se honrada e agradecida pela oportunidade de tocar em tantas salas de prestígio, esperando que a experiência a enriqueça a todos os níveis. Pretende, com o reportório escolhido, conseguir transportar a audiência a muitos mundos musicais.

O Quarteto Zaïde, nomeado pela Philharmonie de Paris, é a formação que se segue (17h), formada por Charlotte Juillard (violino), Leslie Boulin-Raulet (violino), Sarah Chenaf (viola) e Juliette Salmona (violoncelo). Os vários prémios que têm obtido abriram-lhes as portas de alguns dos mais emblemáticos palcos e festivais de música europeus e mundiais. Neste recital vão interpretar obras do reportório clássico – Schubert e Beethoven – e uma nova obra da italiana Francesca Verunelli (encomenda Rising Stars). Os elementos deste quarteto no feminino não escondem o entusiasmo por acompanharem e fazerem parte do processo de criação da obra de Verunelli. Sobre as atuações ao vivo, dizem procurar, no palco, aquele momento “de graça”, onda nada mais existe para além da música.

Ao fim da tarde, entra em cena a pianista Cathy Krier (19h), artista nomeada pela Philharmonie Luxembourg, que estudou no Conservatório do Luxemburgo. Em 2007, atuou na cerimónia de abertura da Luxemburgo – Capital Europeia da Cultura e, desde então, tem tocado em várias salas europeias, tanto a solo como com orquestra. Vai interpretar peças de Jean-Philippe Rameau, Maurice Ravel e uma nova obra do compositor germânico Wolfgang Rihm (encomenda Rising Stars).

Cathy Krier mostra-se encantada com esta nomea- ção, que a apanhou de surpresa. É uma entusiasta da música contemporânea e a ideia de ter o compositor Wolfgang Rihm a compor para ela é a “cereja no topo do bolo”.

A encerrar este pequeno festival atua o Trio Catch (21h), uma formação composta por Boglárka Pecze (clarinete), Eva Boesch (violoncelo) e Sun-Young- Nam (piano) e proposta por várias entidades: Kölner Philharmonie, Laeiszhalle Elbphilharmonie Hamburg, Festspielhaus Baden-Baden e a Konzerthaus Dortmund. Este trio (também no feminino) formou-se na International Ensemble Modern Academy de Frankfurt, onde todas estudaram e se conheceram. As suas atuações, gravações e trabalho com compositores contemporâneos valeram-lhes vários prémios e distin- ções. Têm desenvolvido uma importante ação pedagógica com crianças e estudantes de composição. Apresentam obras de Johannes Brahms e Helmut Lachenmann.

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