Rostos do combate ao COVID19
Numa altura em que impõem medidas básicas para combater o COVID19, a bióloga Diara Rocha, docente da Universidade de Cabo Verde e doutorada com o apoio da Fundação Gulbenkian, decidiu produzir uma solução antisséptica para as mãos.
O motivo? A escassez deste produto na sua terra, fundamental para impedir a infeção e propagação do vírus. “Costumo ter um frasco pequeno na carteira, para usar fora de casa. Como começou a escassear, decidi começar a fazer para uso pessoal. Quando souberam, alguns amigos começaram a pedir-me”.
A investigadora estudou os protocolos da Organização Mundial de Saúde para a produção de antissépticos e já produziu vários frascos, que tem distribuído gratuitamente entre amigos e familiares.
Graças ao trabalho de investigação que desenvolveu durante o seu doutoramento, realizado no âmbito do European Foundation iniciative for neglected tropical diseases, com o apoio da Fundação, Diara dispõe de material de preparação da solução feita à base de álcool, água oxigenada e também de glicerol. Este último componente é cedido pelo laboratório da Faculdade de Educação e Desporto do polo do Mindelo da Universidade de Cabo Verde, onde leciona.
Não dispondo de espessante industrial, que permite uma melhor conservação e estabilização da solução, a investigadora produz apenas pequenas quantidades e é especialmente cuidadosa na vedação dos frascos.
Movida por um espírito de missão, Diara Rocha anseia agora poder certificar o produto. “Nunca tinha acontecido em Cabo Verde, um indivíduo propor à entidade reguladora independente da saúde a certificação de um produto. Já fiz o pedido à ERIS e aguardo. Quero ajudar as pessoas em S. Vicente e oferecer aos lares de idosos e às pessoas mais necessitadas”.