Restauro da Igreja de Santa Isabel, em Lisboa, vence Prémio Vilalva

O projeto de reabilitação funcional e construtiva, redesenho do mobiliário e restauro de pintura da Igreja de Santa Isabel, em Lisboa, foi distinguido, entre as 26 candidaturas apresentadas, com o Prémio Maria Tereza e Vasco Vilalva.
21 set 2020

A entrega do Prémio, que decorreu no dia 12 de outubro, na Igreja de Santa Isabel, contou com a presença, entre outros, do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa (antigo paroquiano de Santa Isabel), da Presidente da Fundação Calouste Gulbenkian, Isabel Mota, do administrador Carlos Moedas e dos membros do júri do Prémio Vilalva.

O júri – composto por António Lamas (Presidente), Raquel Henriques da Silva, Santiago Macias, Gonçalo Byrne, Luís Paulo Ribeiro e Rui Vieira Nery (diretor do Programa Gulbenkian Cultura) – destacou a excelência do trabalho de conservação, restauro e enriquecimento da Igreja, fundada em 1742 por iniciativa do Patriarca D. Tomás de Almeida. O júri salientou ainda: 

  • A espetacularidade e requinte estético do projeto de pintura de Michael Biberstein (na foto), que cobre a totalidade da abóbada. Trata-se de uma das mais notáveis intervenções da arte contemporânea numa arquitetura clássica, concretizada depois da morte do pintor com o acompanhamento do artista Julião Sarmento e do curador Delfim Sardo;
  • A pluridisciplinaridade e elevadíssimo nível de qualificação da equipa (coordenada pelo Padre J.M. Pereira de Almeida e pelo Arq. João Appleton) que tem procedido aos trabalhos, potenciando saberes da engenharia, da conservação e restauro, da história da arte, do design de equipamentos e da arte contemporânea;
  • A metodologia de intervenção em faseamentos sucessivos que, em 2020, se concentram na valorização do altar inicial da Igreja e na criação de novo mobiliário litúrgico. 

 

 

O júri decidiu ainda atribuir uma  menção honrosa ao projeto de reconversão e reabilitação do Prédio na Rua da Boavista, 69, também em Lisboa. A decisão, de acordo com o júri, justifica-se pela qualidade do projeto de reconversão e reabilitação de um prédio que será de fundação fino-setecentista e pelo empenho dos arquitetos Filipa Pedro e Paulo Pedro na recuperação e recriação de diversos elementos construtivos e decorativos do edifício inicial ou das sucessivas fases da sua historicidade.

© DR
Menção Honrosa, Prémio Vilalva - R. Boavista © DR
Menção Honrosa, Prémio Vilalva - R. Boavista © Mariana Teixeira
04_Mencao-Honrosa-Premio-Vilalva---Rua-Boavista-©--Mariana-Teixeira Menção Honrosa, Prémio Vilalva - R. Boavista © Mariana Teixeira
Menção Honrosa, Prémio Vilalva - R. Boavista © Mariana Teixeira

Prémio Maria Tereza e Vasco Vilalva

O Prémio Vilalva foi instituído em 2007, por ocasião da aquisição do remanescente do Parque de Santa Gertrudes a Maria Tereza Belo Eugénio de Almeida, viúva de Vasco Eugénio de Almeida, Conde de Vilalva. Criado em homenagem a Vasco Vilalva, o Prémio tem tido por objetivo distinguir os melhores projetos de recuperação de património cultural em posse de entidades privadas e em território nacional. No valor de 50.000 euros, trata-se do mais relevante galardão português neste domínio.

A aquisição do remanescente do Parque de Santa Gertrudes permitiu, por seu lado, a reunificação do Parque original. As obras para esta reunificação estão em curso, estando a reabertura do Parque (no seu todo) prevista para no primeiro trimestre de 2022. Nessa altura, poderão oferecer à cidade espaços exteriores renovados, novos acessos e um novo circuito de atravessamento do antigo edifício da Coleção Moderna. Esta intervenção, que faz parte do projeto vencedor do concurso de ideias lançado em 2019, é assinada pelo arquiteto japonês Kengo Kuma, em associação com o arquiteto paisagista Vladimir Djurovic.

 

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