Prémio Gulbenkian para a Humanidade
A Fundação Calouste Gulbenkian atribuirá este ano, pela primeira vez, o Prémio Gulbenkian para a Humanidade. No valor de um milhão de euros, este prémio vai distinguir pessoas ou organizações de todo o mundo que se têm evidenciado no combate à crise climática.
As nomeações devem ser apresentadas até 7 de abril de 2020 e o Prémio será entregue no dia 20 de julho numa cerimónia a realizar na sede da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.
A criação deste Prémio vai de encontro a uma das missões centrais da Fundação Calouste Gulbenkian: apoiar o desenvolvimento sustentável, promovendo ativamente o bem-estar e a qualidade de vida de grupos vulneráveis da população, em equilíbrio com a proteção ambiental e a prosperidade económica.
A Fundação considera como potenciais áreas de reconhecimento deste Prémio as que possam contribuir para reduzir ou absorver emissões de gases de efeito de estufa; as ações para aumentar a resiliência das pessoas e do ambiente aos impactos das alterações climáticas; e ainda a mobilização de recursos financeiros, públicos ou privados, para acelerar a descarbonização da economia.
“Com esta iniciativa”, afirma a presidente da Fundação Calouste Gulbenkian, Isabel Mota, “a Fundação sublinha o seu compromisso para com a urgência da ação climática, criando condições para uma sociedade neutra em carbono, promovendo uma sociedade mais resiliente e preparada para as alterações globais, protegendo em especial os mais vulneráveis”.
Júri e seleção
O processo de seleção é independente, sendo conduzido por um Júri externo à Fundação Calouste Gulbenkian, composto por um Grande Júri de peritos reconhecidos internacionalmente e também por um Comité de Especialistas.
O Grande Júri, presidido por Jorge Sampaio, Presidente da República Portuguesa entre 1996 e 2006, integra personalidades como Miguel Arias Cañete (antigo Comissário Europeu da Energia e Ação Climática), Hans Joachim Schellnhuber (Fundador e Diretor Emérito do Instituto Potsdam de Pesquisas sobre o Impacto Climático), Runa Khan (Fundadora e Diretora Executiva da ONG Friendship e Presidente da Global Dignity Bangladesh), Hindou Oumarou Ibrahim (Ativista ambiental, Presidente da Associação de Mulheres e Povos Indígenas do Chade), Sunita Narain (Escritora e ativista ambiental, Diretora do Centro de Ciência e Ambiente de Nova Deli), Katherine Richardson (Coordenadora do Centro de Ciências da Sustentabilidade da Universidade de Copenhaga), Johan Rockström (Diretor do Instituto Potsdam de Pesquisas sobre o Impacto Climático e Professor de Ciências do Sistema Terrestre na Universidade de Potsdam) e Miguel Bastos Araújo (Geógrafo, Prémio Pessoa 2018).
O Comité de Especialistas, presidido por Miguel Bastos Araújo, inclui nomes como Arlindo Oliveira (Professor Catedrático do Departamento de Engenharia Informática no Instituto Superior Técnico), Rik Leemans (Diretor do Grupo de Análise de Sistemas Ambientais da Universidade de Wageningen), Carsten Rahbek (Diretor do Centro de Macroecologia, Evolução e Clima da Universidade de Copenhaga) e Viriato Soromenho Marques (Professor de Filosofia Política na Universidade de Lisboa).
A decisão final ficará a cargo da Fundação Calouste Gulbenkian, com base na proposta apresentada pelo Grande Júri a partir de uma short list selecionada pelo Comité de Especialistas.
As candidaturas devem ser apresentadas através de nomeação de terceiros, não sendo permitidas nomeações pelo próprio.
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