Praneet Soi. Terceira Fábrica
O artista indiano, que integrou o pavilhão do seu país na Bienal de Veneza de 2011 e vive atualmente em Amesterdão, estabeleceu uma relação muito próxima com Lisboa, onde permaneceu alguns períodos durante a preparação desta exposição.
Percorreu ruas e lugares como a Mouraria, onde se concentram várias comunidades imigrantes, e familiarizou-se com as coleções do Museu Calouste Gulbenkian. A partir destas deambulações, Soi replicou, recriou e assimilou padrões artísticos de diferentes locais e épocas e registou momentos e pessoas que transformou numa colagem visual
em forma de filme. Esta colagem é um dos elementos da instalação concebida especialmente para o Espaço Conversas do Museu Calouste Gulbenkian.
Na Fábrica Bordallo Pinheiro, nas Caldas da Rainha, o artista produziu os azulejos que revestem as três estruturas que serão expostas: Panorama, Montanha e Coluna. Estas estruturas servem de ecrã para a projeção de um filme em que se sucedem imagens de peças, registos do trabalho fabril, de pessoas, das cidades e dos seus edifícios. Um dos azulejos inspira-se num padrão medieval proveniente de Srinagar, Caxemira, que pontua o revestimento do mausoléu da mãe do sultão Zain-ul-Abidin, originária do Turquestão, local associado a uma das mais importantes peças da coleção do Fundador – o jarro de jade que pertenceu a uma sucessão de imperadores mogóis.
Ao explorar as ligações entre o seu trabalho em Caxemira, a cidade global que é Lisboa, a fábrica nas Caldas da Rainha e a as coleções do Museu Calouste Gulbenkian, Praneet Soi não propõe uma narrativa linear, mas um vaivém de imagens que sugere uma dinâmica onde o jogo de influências e de reinterpretações envolve o visitante numa sedutora viagem no tempo e no espaço.
Uma instalação sonora, criada por David Maranha, desenvolve-se a partir da obra de Soi e acrescenta-lhe múltiplas ressonâncias.
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