De Timor a Lisboa para aumentar conhecimentos
“Um programa muito intenso” é como Noémia Ruas e Bernardino Fernandes, professores da Faculdade de Medicina e Ciências da Saúde da Universidade Nacional de Timor-Leste, definem o estágio de aperfeiçoamento académico realizado na Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa durante um mês.
De novembro a dezembro, os dois professores timorenses beneficiaram da parceria existente entre a sua universidade e a Fundação Gulbenkian, que apoia e promove as capacidades pedagógicas e organizativas dos cursos de licenciatura em Farmácia, Ciências Biomédicas Laboratoriais e Nutrição.
Bernardino Fernandes é diretor do curso de Ciências Biomédicas Laboratoriais e Noémia Ruas é docente do curso de Farmácia na mesma faculdade. Em Lisboa, acompanharam aulas, participaram em reuniões científicas com grupos de investigação, estudaram os planos de ensino e aprendizagem, perceberam o funcionamento e a gestão de um laboratório, com o objetivo de os aplicar, adaptando-os ao contexto da Universidade de Timor-Leste, onde foi inaugurado recentemente um laboratório que dará suporte ao curso de Ciências Biomédicas Laboratoriais e aos cursos já em funcionamento.
Quase no final do estágio, mostraram-se satisfeitos pela quantidade de informação recebida, salientando a “boa base de contactos criada” e “a compreensão de processos e métodos de trabalho” nas suas áreas. Quatro semanas é pouco tempo para tanta formação, mas a distância e a diferença dos calendários académicos não permite mais. Em Timor-Leste, a procura dos cursos da Faculdade de Medicina e Ciências da Saúde é elevada, dizem. Noémia Ruas afirma que a formação na faculdade dá resposta a “metade das necessidades do país” e conta que os recém-licenciados são colocados em hospitais e instituições do Ministério da Saúde, em clínicas privadas, ONG e instituições e organizações de cooperação australianas, coreanas e americanas.