Museu Calouste Gulbenkian vai ter nova diretora
A atual diretora da Tate Britain, Penelope Curtis, vai assumir a direção do Museu Gulbenkian a partir do próximo outono.O nome da historiadora de arte britânica foi escolhido entre as cerca de três dezenas de candidatos a um concurso internacional promovido pela Fundação para preencher o lugar deixado em aberto com a saída de João Castel-Branco Pereira, que dirigiu o Museu entre 1998 e 2014.
A curadora foi responsável pelo recente projeto de renovação da Tate Britain que levou a uma reorganização da galeria de arte. Anteriormente, dirigiu o Henry Moore Institute, em Leeds, onde coordenou um abrangente programa de exposições e pesquisas que ofereceram ao público diferentes olhares sobre a cultura.
Comentando a notícia, Penelope Curtis diz “sentir-se entusiasmada por ser a primeira estrangeira a assumir o cargo de diretora do Museu Calouste Gulbenkian”, e ainda “pela possibilidade de trabalhar em Portugal numa instituição forte que procura novos caminhos”. E acrescenta: “Desejo manter tudo o que é bom no Museu, que eu admiro profundamente, e ao mesmo tempo, trabalhar para que o Museu aproveite o seu potencial e o seu contexto, de uma forma mais abrangente, especialmente na relação com o Centro de Arte Moderna”
Sobre esta escolha, o presidente do Conselho de Administração da Fundação Calouste Gulbenkian, Artur Santos Silva, afirmou: “A visão e a autoridade curatorial de Penelope Curtis, assim como a sua elevada qualidade intelectual, ajudarão a abrir um novo ciclo na vida do Museu Calouste Gulbenkian, reforçando a sua dimensão internacional e a sua capacidade de intensificar colaborações com grandes museus de todo o mundo, por exemplo com a Tate, que tem sido, desde cedo, um parceiro próximo e construtivo.”
O Museu Gulbenkian acolhe uma coleção de cerca de 6000 obras de arte desde a Arte Egípcia até às primeiras décadas do século XX, tendo sido eleito um dos 10 melhores pequenos museus do mundo pela qualidade e diversidade do seu acervo. Em 2014, o museu contou com cerca de 273 mil visitantes.
Biografia
Penelope Curtis, 53 anos, estudou História Moderna no Corpus Christi College, Oxford (1979–1982), a que se seguiu um mestrado e um doutoramento sobre escultura francesa pós- Rodin no Courtauld Institute of Art (1983–89). Assumiu o cargo de diretora na Tate Britain em abril de 2010, onde coordenou várias exposições, tendo sido responsável pela abertura da nova Tate Britain, em 2013 e pela reorganização das galerias, bastante elogiada pela crítica. Curtis foi ainda presidente do júri do prémio Turner, um dos mais prestigiados prémios de arte britânicos.
Antes de assumir a direção da Tate Britain, Penelope Curtis foi curadora no Henry Moore Institute, em Leeds, a partir de 1999, tendo sido responsável por um aclamado programa de exposições envolvendo esculturas de todas as épocas. Para além de ter aprofundando o conhecimento sobre as coleções, promovendo a investigação e novas publicações, foram adquiridas obras de artistas como Rodin, Epstein e Calder.
Foi a primeira curadora de exposições na Tate Liverpool, aquando da sua abertura em 1988.
Assinou a curadoria ou co-curadoria de exposições maiores como Barbara Hepworth: A Retrospective na Tate Liverpool, em 1994, Sculpture in Painting, em 2010, no Henry Moore Institute e Modern British Sculpture, na Royal Academy, em 2011.
O seu campo de investigação incide fundamentalmente sobre a arte do período entre guerras, arquitetura e arte contemporânea, tendo publicado vários livros e ensaios sobre estes temas. Tem realizado conferências em museus e universidades dentro e fora do Reino Unido. Recentemente foi oradora de um ciclo de conferências na National Gallery (Paul Mellon Lectures) que será realizado em Yale em abril de 2015.
As suas publicações incluem Sculpture 1900–1945 no Oxford History of Art (Oxford 1999) e Patio & Pavilion: the place of sculpture in modern architecture (Ridinghouse/Getty 2007). Foi membro da Art Commissions Committee for the Imperial War Museum e, entre outros cargos, integra atualmente o Advisory Committee for the Government Art Collection.