Morreu Luís Amaro
Luís Amaro, poeta, ensaísta, secretário, diretor-adjunto e consultor editorial da revista Colóquio/Letras durante mais de duas décadas, morreu na manhã de sexta-feira, dia 24 de agosto.
A Fundação Calouste Gulbenkian exprime uma especial homenagem à Memória de Luís Amaro, uma das almas da revista Colóquio – Letras. Foi Secretário da Redação de 1971 a 1986 e Diretor Adjunto de 1986 a 1989. Foi ainda consultor editorial até 1996. Poeta, cultor de amizades literárias, dirigiu a revista Árvore – Folhas de Poesia ao lado de António Luís Moita, António Ramos Rosa, José Terra e Raúl de Carvalho. O seu trabalho na Colóquio/Letras foi notável, a convite de Hernâni Cidade e Jacinto do Prado Coelho, a ele se devendo o alto padrão editorial da revista, tanto no domínio tipográfico quanto bibliográfico. A Luís Amaro se devem edições de cartas de Afonso Lopes Vieira, Ribeiro Couto, José Régio, Manuel Mendes, David Mourão-Ferreira, e, em colaboração, da correspondência de M. Teixeira-Gomes e Mário Beirão. Apresentou inéditos de José Régio e Mário de Sá-Carneiro, além de textos sobre António Botto e Mário Beirão. Estudou o movimento presencista e foi amigo de Sebastião da Gama, David Mourão-Ferreira, Vergílio Ferreira, João Gaspar Simões e Agostinho da Silva, tendo tido ação relevante na Portugália Editora. A cultura portuguesa perde uma referência – de cuja discrição e bom gosto a Fundação Calouste Gulbenkian muito se orgulha.
Guilherme d’Oliveira Martins
Leia aqui a sua autobiografia.