Lourdes Castro (1930-2022)
Para a Presidente da Fundação, Isabel Mota “o seu percurso é exemplo eloquente da força do trabalho e do universo singular que um grupo de artistas portuguesas projetou internacionalmente ao longo da segunda metade do século XX e que ficará como referência para futuras gerações”.
Lourdes Castro nasce no Funchal em 1930. Depois de uma breve passagem pela Escola de Belas Artes em Lisboa, parte primeiramente para Munique e depois para Paris, onde viverá durante 25 anos. O reconhecimento chega cedo e durante esse período participa em inúmeras exposições e projetos internacionais.
A Fundação Calouste Gulbenkian orgulha-se de ter acompanhado a sua carreira ao longo de seis décadas. Foi bolseira da Fundação em 1957 e 1958 e a sua obra,
amplamente representada na Coleção do Centro de Arte Moderna, foi objeto de inúmeras exposições individuais e de grupo desde a sua criação.
A primeira grande retrospetiva do seu trabalho realiza-se no CAM em 1992, Além da Sombra (com a participação de Manuel Zimbro). Na sequência da atribuição do 1.º Grande Prémio da Fundação EDP, foi apresentada em 2002 no Centro de Arte Moderna a exposição «Grande Herbário de Sombras» . Em 2009, com a curadoria de Helena de Freitas, esta mesma obra é exposta na Fundação Gulbenkian, em Paris.
Em 2015, com a curadoria de Paulo Pires do Vale, realiza-se a exposição «Todos os livros» incidindo particularmente numa importante, mas menos visível, dimensão do seu trabalho: os livros de artista. Mais recentemente, em 2019, realizou-se a primeira grande retrospetiva da sua obra em França no sul de França, no Musée de Sérignan, com o apoio da Delegação Gulbenkian em Paris.
Já em 2021, uma importante parte da sua obra foi apresentada na exposição «Tudo o que eu quero – Artistas portuguesas de 1900 a 2020». A obra de Lourdes Castro construiu-se torno de uma relação íntima estabelecida com a Natureza, a artista soube transformar esse estado de atenção ao mundo natural numa ação artística, precoce para o seu tempo.