José de Almada Negreiros: desenho em movimento
O Museu Nacional Soares dos Reis, em colaboração com a Fundação Calouste Gulbenkian, acolhe a partir de 30 de novembro a exposição José de Almada Negreiros: desenho em movimento. Com curadoria de Mariana Pinto dos Santos, a mostra reúne nove dezenas de trabalhos que dão conta da importância da linguagem cinematográfica na obra plástica desta figura ímpar do modernismo português.
Nesta mostra, serão apresentadas várias obras que estiveram expostas em José de Almada Negreiros. Uma maneira de ser moderno realizada este ano na Fundação Gulbenkian, em Lisboa, mas haverá também muitas novidades e alguns trabalhos inéditos descobertos já depois do encerramento da exposição.
Em grande parte do trabalho de Almada é bem visível a sua vontade de contar histórias com imagens, muitas das quais com apontamentos de humor, tanto em séries de desenhos, como em obras integradas em edifícios e mesmo em tapeçarias. Fascinado com a possibilidade de dar vida ao desenho e de o pôr em movimento, Almada teve a intenção por diversas vezes de experimentar a animação, mas não chegou a concretizar o seu desejo.
A conjugação entre cinema e desenho surge em obras como a lanterna mágica La Tragedia de Doña Ajada (1929) e no filme desenhado O Naufrágio da Ínsua (1934), trabalhos especificamente concebidos para apresentações públicas em écran de cinema, real ou imaginado, e que estão incluídos nesta mostra. A hibridez entre desenho e cinema está expressa também em alguns dos seus textos literários, poéticos e ensaísticos, onde se notam intersecções plásticas e cinematográficas.
José de Almada Negreiros: desenho em movimento abre ao público a 30 de novembro e encerra no dia 18 de março de 2018.