Isto é PARTIS & Art for Change 2024
Este ano, destacamos a estreia no Grande Auditório da nova criação da Companhia Maior, “Agora Nascíamos Outra Vez”. Com coreografia de Aldara Bizarro, esta é uma ficção de múltiplas perspetivas e atos convergentes, que conta com os textos de Patrícia Portela, a música de Noiserv, a paisagem cénica de Fernando Brízio e a iluminação desenhada por Daniel Worm. Desde 2021, a Companhia Maior é responsável pelo projeto Causa Maior, que procura promover a valorização de artistas maiores de 60 anos, num processo de apelo à consciência, reflexão, debate e ação sobre o envelhecimento e sobre o potencial das práticas culturais e artísticas para a saúde e o bem-estar dos idosos.
No mesmo dia, 27 de janeiro, será lançado o website “Bowing Doc”, uma plataforma que conta a história do Bowing, projeto artístico que decorreu ao longo de três anos com a população migrante do concelho de Odemira e cujo trabalho artístico, liderado por Madalena Victorino, tem como linguagens principais a dança, a música, o vídeo e as artes plásticas, procurando criar um terreno comum de partilha e fusão de saberes, sensibilidades e culturas.
A conferência que abre o encontro, intitulada “Modelos de escuta e participação na cultura”, vai colocar em diálogo diferentes exemplos de projetos cujos modelos de governança criam espaço para a participação direta dos cidadãos, como o espaço Largo Residências, em Lisboa (com visita guiada no domingo), o festival Bons Sons, em Tomar, ou o Trinity Community Arts, em Bristol, Reino Unido. Mantendo a nota na diversidade, o primeiro dia termina com o concerto Home Ensemble, que junta um grupo de músicos de origens tão díspares quanto o Afeganistão (onde a música é proibida), Cabo Verde, Ucrânia e Portugal.
Posteriormente, a sessão dupla “Cocina Aural” e “En Mi Piel” vai apresentar duas curtas-metragens realizadas no âmbito da iniciativa Art for Change, da Fundação “la Caixa” (Espanha), a que se seguirá uma conversa com o público, moderada pelo ator e encenador Marco Paiva, para refletir sobre a reinvenção das linguagens artísticas no trabalho com corpos diversos e pessoas com deficiências.
O programa para o último dia (28 de janeiro) inclui a exibição do documentário sobre o projeto “A Alegoria da Caverna”, que deixa como legado para a comunidade surda um glossário inédito de Língua Gestual Portuguesa (LGP) que abrange os termos técnicos de formação e direção do ator, até aqui inexistentes. Depois, a “Grande Colheita” vai levar-nos por um espetáculo deambulante pelo Jardim Gulbenkian onde, a par da música e da representação, os participantes poderão degustar sopas feitas com ingredientes cultivados na Horta de Deméter, em Viseu.
Na Zona de Congressos, ao longo dos três dias, poderá também ser visitada a instalação Por um Galho, onde serão apresentadas peças desenvolvidas com a população sénior de Antas, Esposende, num conceito artístico que cruza a arte, a natureza e a comunidade.
Todas as atividades terão entrada gratuita.
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