Investigação IGC sobre bactérias patogénicas
A equipa tem vindo a investigar como é que as bactérias “falam” umas com as outras de modo a ajustarem o seu comportamento a alterações ambientais ou à presença de outras espécies. A linguagem que utilizam baseia-se em pequenas moléculas químicas que são libertadas para o ambiente quando existe um elevado número de bactérias de uma espécie. Estes sinais informam a população de bactérias que pode ajustar o seu comportamento de modo a tornar-se mais virulenta. No seu estudo, a equipa do IGC focou-se na Pectobacterium wasabiae, uma espécie de bactéria que degrada a parede das células das plantas, fazendo apodrecer o tecido. A equipa de investigação descobriu que a resposta virulenta dessas bactérias pode ser desencadeada mesmo a baixas densidades, se essas bactérias receberem moléculas químicas libertadas por outras espécies patogénicas presentes no meio. “Estas moléculas que permitem às bactérias comunicarem umas com as outras são essenciais para ativar os seus comportamentos virulentos”, explica Karina Xavier, e acrescenta que “bloquear estes sinais e inibir a comunicação estabelecida entre bactérias é uma via muito promissora que precisa de ser mais explorada para desenvolver estratégias que inibam a virulência de agentes patogénicos”. Este estudo foi financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) e pelo Howard Hughes Medical Institute.