Indie Lisboa estreia filmes apoiados pela Fundação Gulbenkian
A Metamorfose dos Pássaros, de Catarina Vasconcelos, e Ana e Maurizio, de Catarina Mourão, serão apresentados, respetivamente, no Cinema São Jorge e na Culturgest durante a 17ªa edição do Festival, que se realiza de 25 de agosto a 5 de setembro.
A Metamorfose dos Pássaros chega ao Indie com muitos prémios de festivais anteriores – Prémio da Crítica Internacional-FIPRESCI, na Berlinale, onde teve a sua estreia mundial, Prémio de Melhor Filme no Festival de Vilnius, na Lituânia, e o Prémio Especial do Júri no Festival de Cinema de Taipé.
A primeira longa-metragem da realizadora é um documentário-ficção a partir da família nuclear – pai e mãe – e de muitas memórias e outras tantas histórias desconhecidas que aqui ganham vida. O filme foi apoiado pela Fundação em 2015 para a Circulação Internacional, para participar no ateliê ARCHIDOC com o título inicial Amores Distantes e Pátrias Imaginárias. Esta é uma plataforma internacional de acompanhamento de projetos de longa-metragem documental assentes no trabalho sobre materiais de arquivo.
Ana e Maurizio parte de uma história pessoal da artista plástica Ana Marchand para reunir os escritos sobre Benares de Xuangzang, monge Budista chinês do século VII; de Maurizio Piscicelli oficial italiano, tio-avô de Ana Marchand, que acompanhou a Duquesa de Aosta a Benares e autor do livro Verso il sol levante; de Elena Orleães – Duquesa de Aosta (irmã da rainha Dona Amélia de Portugal), autora do livro sobre Benares, Verso il sole qui si leva; e dos escritos da própria Ana Marchand sobre as suas extensas estadias na Índia.
Ana Marchand é como que a pivô temporal das várias épocas descritas pelos autores referidos, reunindo as suas memórias presentes com as ficcionadas e familiares. É através do livro do seu tio-avô, lido na infância, que o filme articula uma narrativa de auto conhecimento que irá permitir juntar as peças de um puzzle familiar, sobre a sua identidade cultural, sexual e filosófica.
Ana e Maurizio foi apoiado pela Fundação no âmbito dos apoios a projetos especiais e transversais em Cinema, em 2016. O filme vem no seguimento lógico dos anteriores – A Toca do Lobo e O Mar Enrola na Areia – também apoiados pela Fundação. Através da linguagem cinematográfica, tanto Catarina Mourão como Ana Marchand fazem uma jornada para a construção das suas identidades familiares.
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