Hack for Good
A plataforma Cuidar-e, desenvolvida para facilitar a vida dos cuidadores informais, venceu a primeira edição do Hack for Good, uma maratona de tecnologia com impacto social.
Nos dias 23 e 24 de abril, a Galeria de Exposições Temporárias da Sede da Fundação Calouste Gulbenkian transformou-se num laboratório de experimentação tecnológica para enfrentar os desafios do envelhecimento ativo – o tema desta “hackathon” – e acolheu 36 equipas constituídas por estudantes, médicos, gestores, informáticos, programadores, economistas, designers e psicólogos. Ao longo das quase 30 horas que durou esta maratona, 157 participantes, na sua maioria provenientes do Norte do país, contaram com o apoio de mentores e tiveram o feedback de uma equipa de “avós” que testaram as soluções em desenvolvimento.
Ao fim da tarde de domingo, eram finalmente revelados os vencedores desta competição. A plataforma online Cuidar-e arrecadou o primeiro prémio: um cheque no valor de cinco mil euros; licenças da IBM por um ano, no valor de 10 mil euros, para o desenvolvimento de produtos e serviços úteis para soluções tecnológicas; e ainda um convite para participar na AAL, um dos mais relevantes eventos internacionais de tecnologia, que terá lugar na Suíça em setembro deste ano. Facilitar a vida aos cuidadores informais (pessoas que têm a seu cargo familiares idosos) é a premissa deste projeto, ajudando-os na gestão das tarefas e demais compromissos que tenham com os idosos.
“Não são só os idosos que lidam com a solidão, por vezes aqueles que cuidam dos mais velhos também vivem muito isolados”, explica António Miguel, membro da equipa que desenvolveu o site Cuidar-e e da qual também fizeram parte Pedro Pimentel e Elisabete Serra.
Entre as várias valências do Cuidar-e, esta plataforma permite aos cuidadores interagirem entre si e trocar experiências mas também lhes permite aceder a um conjunto alargado de informação sobre subsídios para idosos cujas fórmulas de cálculo e atribuição passam a estar disponíveis de forma simples e prática.
Em segundo lugar ficou classificada a aplicação XIMI (de proximidade), que pretende combater a solidão e o sedentarismo dos idosos através da “gamificação” das suas rotinas, criando dinâmicas de interação e convívio. O Voice Ring, uma aplicação de gestão de tarefas para idosos autónomos que gera feedback instantâneo para os cuidadores acerca da concretização das mesmas, ficou em terceiro lugar.
Os restantes sete finalistas da competição – Stories for good, Ajudada, MEDCRTL, H4PPS, Shopping Volunteers, Pets for Good e Sention – terão acesso igualmente a licenças da IBM para desenvolverem os seus projetos.
Em 2017, a experiência repetir-se-á. “O Hack for Good veio para ficar”, anunciou na sessão de encerramento dos trabalhos Artur Santos Silva, presidente da Fundação Calouste Gulbenkian, felicitando todos os participantes pelo excelente desempenho nesta primeira maratona tecnológica com impacto social.