Festival de l’incertitude
Entre outubro e dezembro, um programa de exposições, conferências e filmes, entre outros eventos, vai servir para refletir sobre a importância da incerteza, do desconhecido e sobre o papel da utopia na nossa cultura, por ocasião dos 500 anos da edição do livro fundador de Thomas More. A iniciativa intitulada Festival de l’incertitude [Festival da incerteza] vai decorrer em Paris, na Delegação da Fundação Calouste Gulbenkian, com comissariado de Paulo Pires do Vale.
Na galeria de exposições da Fundação, o desassossego revela-se, num primeiro momento, a partir da Biblioteca particular de Fernando Pessoa, numa parceria com a Casa Fernando Pessoa, de Lisboa.
Estarão expostos 935 títulos que pertenciam ao poeta, ao longo de vinte metros lineares, junto de obras dos artistas Fernando Calhau, João Onofre, Dora Garcia e Pierre Leguillon, que apresenta um trabalho baseado na própria biblioteca de Pessoa. Num segundo momento, entre obras e documentos de proveniências e épocas diversas, de autores como Joseph Beuys, Robert Bresson, Douglas Gordon, Arthur Rimbaud e Corita Kent, colocam-se questões como “É possível uma cultura sem utopias?” ou “Qual a relação entre arte, utopia e política?”.
O programa inclui também conferências de Mathieu Copeland, Franck Leibovici, Marie-José Mondzain, Joaquim Moreno, Federico Nicolao, Alain Touraine e Richard Zenith, bem como a projeção de filmes, na Cité internationale des arts, de Francis Alÿs, João Botelho, Pedro Costa, Jean-Marie Straub & Danièle Huillet e Pier Paolo Pasolini, entre outros.