Estudo revela novos dados sobre evolução económica no Norte da Índia
Os investigadores holandeses Pim de Zwart, da Universidade de Wageningen, e Jan Lucassen, do International Institute of Social History – Amesterdão, analisaram as causas da crise que originou a divergência económica Ásia-Europa e que permanecem ainda hoje mal compreendidas, dada a escassez de conhecimentos científicos sobre a matéria. Partiram do período temporal compreendido entre 1590 e 1870, uma vez que, no final do século XVI, a região da Índia unificada sob os Mogóis era uma das zonas mais desenvolvidas e produtivas da economia global, com rendimentos relativamente elevados e um surto de indústrias de manufatura. Nos séculos seguintes, o rendimento médio e as indústrias declinaram.
Neste projeto, apoiado pela Fundação, foram analisados mais de 7.500 registos escritos sobre salários e poder de compra em localidades no Norte da Índia e na Europa, referentes a uma variedade de indivíduos – desde os artesãos qualificados e os operários urbanos aos servos rurais, mulheres e crianças. Os salários foram indexados aos preços de um “cabaz de produtos” mais amplo do que em estudos anteriores.
O resultado permitiu aferir padrões de consumo e o custo de vida real das populações indianas e europeias, localizando a divergência económica nos finais do século XVII. A grande fome de Bengala de 1769-70 iria produzir efeitos devastadores que se prolongaram no século seguinte. Embora o abrandamento económico do Norte da Índia precedesse o colonialismo europeu, o crescimento dos salários reais na Europa acentuou a divergência. O estudo confirmou que, mesmo prestando trabalho 360 dias por ano, o rendimento da população se encontrava muitas vezes abaixo do nível de subsistência e era necessário recorrer ao trabalho informal de mulheres e crianças.
Versão completa do artigo em The Economic History Review.
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