Escultura de Julião Sarmento no Jardim Gulbenkian
Criada originalmente para o pátio exterior da Sede da Delegação da Fundação em Paris, a obra, pertencente à coleção do CAM, é agora apresentada ao público pela primeira vez em Portugal.
Inspirando-se na arte clássica, Julião Sarmento recorreu às técnicas da escultura digital, em 3D, para produzir uma figura feminina em resina, com 1.80m de altura, que ostenta uma peça de vestuário em seda concebida pelo designer de moda Felipe Oliveira Baptista. A resina é um material capaz de resistir à ação do tempo, mas o tecido que a envolve, suscetível de uma natural degradação, será periodicamente renovado.
Além da escultura, colocada junto da entrada da Biblioteca de Arte, é apresentado um conjunto de livros e catálogos de exposições que ilustram o trabalho do artista, que ficará em exposição numa antiga carrinha das Biblioteca Itinerantes da Fundação Gulbenkian, até dia 8 de maio. Uma versão digital desta mostra bibliográfica pode ser consultada no site da Biblioteca de Arte e Arquivos da Fundação.
No âmbito da homenagem ao artista foi também adquirida a obra Close, uma instalação vídeo de 2001 produzida em colaboração com o realizador Atom Egoyan, estreada na Bienal de Veneza desse ano.
Com esta nova aquisição, Julião Sarmento passa a estar representado na coleção do Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian com 30 obras, entre as quais se encontram importantes pinturas dos anos de 1980 e 1990, várias séries de gravuras, um filme experimental dos anos 70 e duas instalações.
Com uma sólida carreira fora de Portugal, Julião Sarmento explorou vários suportes durante o seu percurso – da fotografia ao vídeo, passando pela instalação, pela pintura e pela gravura –, dedicando uma parte importante de seu trabalho, desde a década de 1970, à exploração do olhar masculino sobre a representação do corpo feminino através da história da arte, desde a escultura clássica aos media contemporâneos.
Representou Portugal na 47.ª Bienal de Veneza em 1997 e esteve presente em importantes eventos, como as Documenta 7 (1982) e 8 (1987), a XI Bienal de Paris (1980), a 49.ª Bienal de Veneza (2001), a 25.ª Bienal de S. Paulo (2002).
A sua obra tem sido frequentemente referida pela crítica e exposta em importantes instituições nacionais e também internacionais como a Tate Collection, Londres, Museum of Modern Art, Nova Iorque, Museo de Bellas Artes, Málaga, Fundação Luís Cernuda, Sevilha, IVAM, Valência, Guggenheim, Nova Iorque, Van Abbemusem, Witte de With e Stedelijk Museum, na Holanda, Musée National d’Art Moderne/Centre Georges Pompidou, Paris, Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofia, Madrid e San Francisco Museum of Modern Art, entre outros.
Felipe Oliveira Baptista, é um dos estilistas portugueses com maior projeção internacional, tendo colaborado com grandes marcas como a Max Mara, Cerruti, Lacoste e Kenzo.