Discutir as independências 50 anos depois

Portugal, Angola e Moçambique vão acolher seminários e conferências alusivos aos processos históricos das independências dos PALOP, com o apoio da Fundação Gulbenkian.
Luanda 2022
15 nov 2024

O papel das mulheres, a imagem em movimento e os meios de comunicação, a literatura e os arquivos, o cinema e a memória nos 50 anos de independência dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), são alguns dos temas abordados nestes seminários. Promovidos por instituições de ensino superior e centros de investigação em Portugal e Moçambique, mas também  por associações culturais, como o Buala, Portugal ou os Amigos do Museu do Cinema em Moçambique, os oito seminários foram selecionados de entre 26 candidaturas apresentadas no concurso realizado pelo Programa Parcerias com África.

Diana Manhiça, da Associação dos Amigos do Museu do Cinema de Moçambique, é a promotora do 3.º Encontro do Património Audiovisual – A imagem em movimento na Independência dos PALOP, um dos seminários apoiados neste concurso. Diana destaca o importante papel da imagem em movimento nas independências, em particular na Guiné-Bissau, Moçambique e Angola. Para Diana Manhiça, o apoio da Fundação foi fundamental para a comunicação e divulgação do evento, que decorre em outubro de 2025, assim como para estender a participação de oradores e convidados a outros PALOP, além do seu país, bem como a outros países europeus. “Esperamos chegar mais longe e levar a outros PALOP as temáticas do património audiovisual, cujo papel foi determinante no processo das independências”, refere.

Numa lógica interdisciplinar, o seminário “50 anos de independência de Angola: como se constrói um país” propõe-se revisitar o passado, desde o início da ocupação colonial, percorrendo as últimas cinco décadas da sua história.  “No sentido de abordar a complexidade dos diferentes momentos da história de Angola, convocamos diversas análises e dimensões, na intersecção entre passado e presente, assim como possíveis projeções acerca do futuro dos angolanos” afirma Marta Lança, da Associação Buala, uma das três organizadoras do evento que se realizará em maio (o mês de África) de 2025. “É cada vez mais urgente colmatar a tendência de contarmos esta história (do colonialismo e das guerras) sempre e apenas na visão do lado português. Considerando a produção de conhecimento sobre Angola e sobre o colonialismo nas universidades portuguesas, é imperativo escutar e saber o que pensam os angolanos, como viveram ou narram os processos de Independência e os percursos da sua história nacional nas diversas áreas, construindo novas mundividências”, diz Marta Lança que partilha a coordenação com Elisabete Ceita Vera Cruz, da Universidade Agostinho Neto, em Angola, e Leopoldina Fekayamãle, da Universidade Nova de Lisboa, ambas angolanas.

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