Dança não dança – arqueologias da Nova Dança em Portugal
O programa dança não dança – arqueologias da Nova Dança em Portugal vai mostrar diferentes manifestações de dança que refletem e marcaram o século XX e o início do século XXI, procurando situar aquilo a que, nos anos 1990, se chamou a Nova Dança Portuguesa. Com a curadoria de João dos Santos Martins, Ana Bigotte Vieira, Carlos Manuel Oliveira e Ana Dinger, o ciclo organiza-se em dez sessões, que serão apresentadas na Fundação Gulbenkian entre 30 de outubro e 4 de fevereiro.
Em cada uma destas sessões – quase todas de entrada livre – será mostrada uma obra ou um conjunto de obras de tempos distintos, incluindo estreias e revisitação de peças que já não se encontram em circulação. Agrupados em núcleos temáticos, os encontros propõem relações de proximidade e distância entre peças coreográficas de dezenas de artistas contemporâneos, entre os quais Vera Mantero, Luís Guerra, Sofia Neuparth, Olga Roriz, João Fiadeiro, Marlene Monteiro Freitas ou Diana Niepce.
Cada performance é seguida de uma conversa sobre a obra e os problemas que a sua remontagem ou transmissão levantam. A passagem em sala de três filmes inteiramente construídos com imagens de arquivo e uma conferência internacional acrescentarão ainda possibilidades à leitura destas performances e do século que as enquadra.
O ciclo conta ainda com a colaboração da Companhia Nacional de Bailado, a Escola de Dança do Conservatório Nacional, a Escola Superior de Dança e a Escola Superior de Teatro e Cinema. Nas palavras dos curadores, “envolvendo as principais instituições encarregadas da transmissão de dança no país, o programa opera por deslocação. Transmitir o quê, como, e a quem? Como se transmite a dança e o movimento? Como permanece o que é percebido ou mesmo catalogado como intangível e imaterial? De que forma se mantém (ou não) um repertório, ou o conhecimento do passado em artes performativas em geral, e em dança, em particular?”
Dança não dança é resultado de uma pesquisa iniciada em 2016, no âmbito do projeto Para Uma Timeline a Haver – genealogias da dança como prática artística em Portugal. Para além deste ciclo de (re)performances, filmes, conversas e conferências, o projeto inclui ainda um livro e uma exposição, que serão anunciados ao longo de 2024.
O programa será divulgado em breve.