Correspondências, de Rita Azevedo Gomes
Apesar de forçado a sair do País, de se instalar no Brasil e depois nas Américas e de nunca mais regressar, Jorge de Sena e Sophia de Mello Breyner Andresen não deixaram desvanecer a sua amizade. Ao longo de duas décadas (1959–1978), mantiveram-na viva através de uma conversa constante, por correspondência.
Esse diálogo entre Sophia e Sena sobre o Portugal e a vida nos anos 60 e 70 foi transposto para o grande ecrã por Rita Azevedo Gomes. Quis primeiro fazer um documentário; depois a narrativa foi-se construindo e acabou transformada numa espécie de filme-ensaio onde as cartas são lidas por vozes de amigos e atores, portugueses ou estrangeiros – como Eva Truffaut, Pierre Léon, Rita Durão, Luís Miguel Cintra ou Anna Leppänen – e em que a vida de cada um, os seus lugares – de Sophia e de Sena – nos passam pela frente.
Correspondências, sexta longa-metragem de Rita Azevedo Gomes, apoiada pela Fundação Gulbenkian, percorreu festivais de cinema, de onde trouxe prémios de melhor documentário do Doc Lisboa’16, Melhor Realizadora nos Caminhos do Cinema (Coimbra) e nomeações em Edimburgo, Locarno e Buenos Aires.