Comissão Europeia lança campanha mundial para combater a Covid-19
A Fundação Calouste Gulbenkian aceitou o desafio, lançado pela Comissão Europeia e pelo Governo português, de criar uma plataforma de cooperação para angariar fundos de apoio a uma resposta global à Covid-19.
Esta iniciativa vai reunir esforços de governos, empresários, fundações e cidadãos da União Europeia para recolher 7,5 mil milhões de euros com o fim de acelerar o desenvolvimento, a produção e a distribuição das vacinas, bem como o diagnóstico e o tratamento da Covid-19.
Esta manhã, na Fundação Calouste Gulbenkian, António Costa anunciou os primeiros doadores nacionais, públicos e privados, que se juntaram a este movimento. Perante uma plateia com alguns dos maiores empresários e banqueiros nacionais, além dos ministros do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, da Saúde, Marta Temido, e da Ciência e Ensino Superior, Manuel Heitor, António Costa agradeceu a resposta ao seu apelo, anunciando que a contribuição portuguesa pública e privada cifra-se, neste momento, em 10 milhões de euros. Na videoconferência de doadores internacionais que se realizará esta tarde, a partir de Bruxelas, António Costa não irá de mãos vazias: “Em nome dos dez milhões de portugueses, vamos participar com dez milhões de euros no esforço europeu para a resposta global no combate à Covid-19”.
O Primeiro-ministro destacou a importância dos esforços coordenados porque ”os desafios globais só têm resposta à escala global”, acrescentando não duvidar que, “juntos, podemos vencer este desafio”.
Antes da intervenção de António Costa, a Presidente da Comissão Europeia Ursula von der Leyen, sublinhou, numa curta declaração gravada, que a resposta à pandemia só pode ser global, sendo absolutamente necessário juntar forças e mobilizar recursos para conseguir uma vacina de acesso universal. Congratulando-se com os sinais de empenho e solidariedade vindos de todo o mundo, de artistas, empresários, desportistas, entre muitos outros, Ursula von der Leyen manifestou a certeza de que “juntos somos mais fortes e iremos vencer o vírus”.
Na qualidade de anfitriã, a Presidente da Fundação Gulbenkian afirmou que a instituição respondeu a esta chamada do Primeiro-ministro porque “o momento é grave” e “exige a mobilização de muitos esforços e espírito de união e solidariedade” também porque “se trata de um projeto de esperança do qual, naturalmente, Portugal tem que fazer parte”.
Isabel Mota deixou uma palavra de louvor aos cientistas portugueses que “neste período de crise foram capazes, num curto espaço de tempo e de forma quase espontânea, arregaçar as mangas e trabalhar em rede de uma forma única”. A Presidente quis também salientar que esta iniciativa “vem repor a escala que é necessária para encontrarmos a vacina e garantirmos a sua distribuição por todos. Se esta crise acentuou as desigualdades a nível mundial de uma forma sem precedentes, agravando as condições de vida de populações mais vulneráveis, em todas as geografias e em todos os sectores, apenas tornou mais premente o conceito de solidariedade.”
O Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, destacou, na ocasião, a importância da coordenação, colaboração e cooperação europeia para enfrentar a crise, salientando a importância da participação de Portugal neste movimento. Santos Silva referiu que esta colaboração tem de envolver o setor social, as empresas e sistemas científicos, “que representam uma das maiores riquezas da União Europeia”.
Além da Fundação Gulbenkian, juntaram-se a esta iniciativa a Sociedade Francisco Manuel do Santos, Jerónimo Martins, EDP, EPAL, APIFARMA, Associação Nacional de Farmácias, Banco Santander Totta, BPI, Caixa Geral de Depósitos, Millennium BCP e Novo Banco, Sonae, Galp, Imamat Ismaili, Fundação Champalimaud, CUF, Luz Saúde e Multicare e United Health (Hospital dos Lusíadas).