Comemorações dos 50 anos da Delegação em França

25 ago 2015

No dia 15 de setembro, a Delegação em França da Fundação Calouste Gulbenkian celebra oficialmente a passagem de 50 anos da sua presença em Paris. Numa sessão que conta com a presença da presidente da Câmara de Paris, Anne Hidalgo, será apresentado um estudo elaborado por Rui Ramos, professor do Instituto de Ciências Sociais, convidado pela Fundação para refletir sobre os 50 anos de atividade em Paris. No mesmo dia, é inaugurada a exposição Au sud d’aujourd’hui. Art contemporain portugais [sans le Portugal]. Nesta exposição, com curadoria de Miguel von Hafe Perez, pretende-se mostrar “um segmento da contemporaneidade que circunstancialmente se plasma com artistas portugueses”,  e não mapear uma realidade nacional. Assim, o conjunto de artistas plásticos portugueses que aqui apresentam o seu trabalho tem “um pé no país” (embora em alguns casos essa posição seja metafórica, porque são residentes no exterior) e “a cabeça a olhar o mundo”, diz o curador. A exposição inclui obras de Ana Santos, André Cepeda, Arlindo Silva, Carla Filipe, Carlos Bunga, Daniel Barroca, João Maria Gusmão e Pedro Paiva, Mauro Cerqueira, Sónia Almeida e Von Calhau! e pode ser visitada até dia 13 de dezembro.

As comemorações do cinquentenário da Delegação em França prolongar-se-ão até 2016, culminando na mostra dedicada à obra de Amadeo de Souza-Cardoso, que o Grand Palais vai acolher a partir de abril, nas galerias que este ano já foram ocupadas com uma grande exposição de obras de Velasquez. A exposição de Amadeo em Paris será uma oportunidade inédita para dar a conhecer a um público global o trabalho daquele que é “provavelmente o mais importante artista modernista português”, nas palavras da curadora Helena de Freitas.

Como parte das comemorações deste cinquentenário, entre janeiro e abril de 2016, também será apresentada uma exposição de trabalhos recentes de Julião Sarmento, com curadoria de Ami Barak, na Delegação da Fundação; e na Cité de l’architecture et du patrimoine, entre abril e agosto, será apresentada a exposição Les universalistes. Architecture portugaise 1965-2015, com curadoria do arquiteto Nuno Grande, que assinala “a vocação universalista das últimas gerações de arquitetos portugueses, sempre em diálogo com o mundo”. Da lista de arquitetos presentes nesta exposição constam Fernando Távora, Álvaro Siza Vieira, Eduardo Souto de Moura, Pancho Guedes, os irmãos Aires Mateus, Gonçalo Byrne, Ruy Athouguia e Nuno Teotónio Pereira, entre outros.

 

Outros destaques

Ainda este ano, realiza-se na Delegação, a 21 de setembro, um debate sobre o arménio ocidental, língua da diáspora, considerada “em risco” pela UNESCO desde 2010. Nos dias 21 e 22 de outubro, terá lugar na Delegação um colóquio sobre As artes da língua portuguesa, que reúne académicos e artistas de diferentes áreas, sensibilidades e proveniências, para discutir o que podem as artes fazer especificamente em português e como se pode afirmar a língua portuguesa num contexto hostil de globalização. Um colóquio comissariado por Paulo Filipe Monteiro que conta com a participação de Dulce Maria Cardoso, Michel Chandeigne, Andreia Pinto-Correia, Ondjaki, Rui Vieira Nery, Maria do Rosário Pedreira, Luísa Sobral e Rui Zink, entre outros. A 10 de novembro, haverá uma conferência sobre a inovação como motor de competitividade europeia, organizada em parceria com o Instituto Jacques Delors; e a 12 de novembro, realiza-se um Encontro de Fundações para discutir “A Filantropia no Século XXI: construir o bem comum”, em colaboração com o Centre français des fonds et fondations e a Fondation de France.

A 19 de novembro, são apresentadas três publicações reeditadas também por ocasião dos 50 anos da Delegação em França, numa parceria com as Éditions Gallimard e com coordenação editorial de Luísa Braz de Oliveira: Eduardo Lourenço, Une vie écrite, uma seleção de ensaios; Cinq poètes portugais – Eugénio de Andrade, Herberto Helder, Nuno Júdice, Fernando Pessoa, António Ramos Rosa; e Luís de Camões, Les Lusiades, tradução de Hyacinthe Garin (1889), numa edição de André Velter, com prefácio de Vasco Graça Moura e nota introdutória de Eduardo Lourenço. Esta edição de Os Lusíadas em França marcará igualmente os 50 anos da coleção Poésie da editora Gallimard.

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