As ONG em Portugal
A solicitação da Fundação Calouste Gulbenkian, o Instituto Nacional de Estatística produziu um levantamento específico do setor das ONG em Portugal, enquanto subconjunto de entidades que compuseram a Conta Satélite da Economia Social, publicada no início de 2017.
É sabido que não existe em Portugal uma definição jurídica de Organização Não Governamental (ONG), havendo apenas denominações específicas previstas na Lei para subconjuntos limitados desse universo: as ONGA (Organizações Não Governamentais de Ambiente), ONGD (Organizações Não Governamentais para o Desenvolvimento) e ONGPD (Organizações Não Governamentais de Pessoas com Deficiência).
A Fundação Calouste Gulbenkian, encarregada da gestão do Programa Cidadania Ativa, financiado por recursos da Noruega, Islândia e Liechtenstein e dirigido às ONG (de acordo com a definição adotada pelos EEA Grants) entendeu encomendar um estudo à Universidade Católica Portuguesa em 2014 no sentido não só de clarificar e fundamentar um conceito português de ONG face à realidade portuguesa, tendo em conta aquela referência dos EEA Grants, mas igualmente de realizar um diagnóstico desse universo, identificando os seus pontos fortes e fracos – esse estudo foi publicado pela Fundação em 2015 sob o título “Diagnóstico das ONG em Portugal”.
O conceito definido no Diagnóstico (ver página 65 do mesmo) abrange organizações privadas e autónomas do Estado em que o resultado da atividade tem a natureza de bem público e eventuais excedentes não podem ser distribuídos; exclui em larga medida as cooperativas e mutualidades mas inclui as IPSS, as misericórdias, as fundações e boa parte das associações que estão ativas no País.
Na sequência deste trabalho foram feitas diligências junto do INE no sentido de a atualização da Conta Satélite da Economia Social poder permitir a individualização do subconjunto de entidades que, de acordo com a definição adotada no referido Diagnóstico, constitui o setor das ONG em Portugal.
Este trabalho, tal como a Conta Satélite da Economia Social, reporta-se a dados do ano de 2013. As principais conclusões deste levantamento são as seguintes: