Artur Rosa (1926-2020)
O arquiteto e escultor Artur Rosa, que morreu esta semana aos 94 anos, deixa o seu nome ligado para sempre à Fundação Calouste Gulbenkian por ser autor de uma obra emblemática instalada no edifício Sede. Encomendada para a inauguração do edifício em 1969, este Grupo Escultórico feito de alumínio anodizado, aço inox e plexiglass, consagrou-o como um dos grandes renovadores da escultura portuguesa do século XX.
A historiadora de arte Ana Ruivo refere-se a Artur Rosa como um “exímio manuseador das noções de espaço, escala, luz e volumetria”, que “parte da sugestão quase cinematográfica de um corpo em transformação” para dar forma a esta obra notável no edifício da Fundação. “Num mesmo movimento que se prolonga do exterior para o interior do edifício, toma forma o jogo de geometrias em transformação que de um cubo em torção no jardim faz nascer uma esfera no foyer.”
Representado com uma dezena de obras na Coleção Moderna do Museu Calouste Gulbenkian, Artur Rosa foi, juntamente com Eduardo Nery, um dos rostos da Op Art em Portugal. No conjunto da sua obra, destaca-se a intervenção artística na estação de metropolitano do Terreiro do Paço, distinguida com o Prémio Valmor, e a obra de arte pública, composta por cubos metálicos, na avenida Conde Valbom, perto da Fundação Gulbenkian. O artista criou também cenários e figurinos para o Ballet Gulbenkian e para o Teatro Experimental de Cascais.
Casado com a artista Helena Almeida, desaparecida em 2018, acompanhou o seu trabalho durante mais de cinco décadas, tendo, com ela, formado um par artístico, fotografando as várias séries que marcaram a obra desta artista plástica.
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