Pedro Miguel Santos
Com 45 mil pessoas no ativo (mas 58 mil autorizadas a trabalhar, com um cartão profissional atribuído pelo Ministério da Administração Interna) a segurança privada é o maior corpo de segurança do país – as Forças Armadas têm 36 357 elementos, a PSP 20 977 (2019) e a GNR 23 022 (2018).
Pedro Miguel Santos quis perceber este universo, “que foi ganhando poder e influência”, e questionar: “quem vigia os vigilantes?”
Os trabalhos foram publicados, ao abrigo das Bolsas de Investigação Jornalística da Fundação Calouste Gulbenkian, no Fumaça.
Agostinho Costa: “Não cabe à segurança privada fazer de Polícia, nem tem competências para isso”
Estão em todo o lado e mal lhes olhamos para os olhos. Nos hipermercados, nos centros comerciais, nos hospitais e centros de saúde, nos transportes públicos, nas estações de comboio e de autocarro, nos aeroportos, nas repartições de finanças, da segurança social, do centro de emprego e nas Lojas do Cidadão. Também à porta de museus, salas de espetáculo, bares e discotecas. Chamamos-lhes porteiros, seguranças, vigilantes, ‘armários’ e até ‘picas’ – sim, em muitas empresas de transportes rodoviário o controlo de bilhetes já é feito por um “Fiscal de Exploração de Transportes Públicos”.
Fumaça, 6 ago 2020
Série Exército de Precários
Há mais seguranças privados em Portugal do que militares nas Forças Armadas ou do que agentes da PSP e da GNR juntos. De farda, guardam discotecas e supermercados, hospitais, tribunais, estações ferroviárias. São mais de 45 mil.
“Exército de Precários” é o nome que agrega os oito episódios de uma investigação de dois anos no interior da segurança privada em Portugal, publicada no jornal digital Fumaça.
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Ep. 01: Boinas
“O Estado detém o monopólio da violência legal. Mas, se assim é, como se explica a ligação umbilical entre a segurança privada e as forças públicas de autoridades?”
Fumaça, 14 jan 2021
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Ep. 02: Purgatório
“Do dia para a noite, centenas de seguranças perderam décadas de direitos laborais. Os patrões são claros: não é problema deles.”
Fumaça, 21 jan 2021
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Ep. 03: Limbo
“Em 12 anos, o Estado gastou mais de mil milhões de euros em segurança privada. É o maior cliente do setor. Estará conscientemente a promover a precariedade?”
Fumaça, 28 jan 2021
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Ep. 04: Tubarões
“Se a alcunha ‘Dono Disto Tudo’ não tivesse surgido nos corredores do Banco Espírito Santo, bem podia ter sido inventada no setor da segurança privada.”
Fumaça, 04 fev 2021
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Ep. 05: Peixinhos
“Um sindicato que joga pelas regras dos patrões é incompetente, corrupto ou apenas perdeu o seu objetivo?”
Fumaça, 11 fev 2021
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Ep. 06: Monarquia
“Liderar um sindicato por 40 anos, sem contestação, exige que se saiba fazer uma de duas coisas: frente ao patronato ou à própria oposição interna.”
Fumaça, 18 fev 2021
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Ep. 07: Vampiros
“Algures, talvez haja uma empresa de segurança privada em Portugal a cumprir a Lei. Em dois anos de investigação, não a encontrámos.”
Fumaça, 18 fev 2021
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Ep. 08: Luvas
“Mal pagos, cansados, frustrados e violentos. Os seguranças são abusadores, vítimas ou a linha que separa estas duas realidades é mais ténue do que parece?”
Fumaça, 04 mar 2021
Saber maisBolsas de Investigação Jornalística
Conheça as propostas de investigação dos jornalistas selecionados para as Bolsas Gulbenkian de Investigação Jornalística.
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