Arte e Tradução
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Átrio Biblioteca de Arte GulbenkianOnde começa e onde termina o ato de traduzir? Depois de décadas de teorias da tradução, e após inúmeras histórias sobre a visibilidade e a invisibilidade do tradutor, talvez seja justo dizer que a experiência de traduzir continua, não por definir, mas por ocupar – do mesmo modo que alguém ocupa um espaço que lhe é desconhecido com um tempo que é apenas seu. Para chegar a restituir não tanto o que significa, mas o modo como pode agir a tradução, seria preciso abandonar o cume da teoria e regressar ao plano raso da prática. Se o gesto da tradução exceder – sem excluir – o simples exercício de mediação da linguagem escrita, contida num espaço literário ou científico, passará a ser de novo um universal, a transposição livre de uma palavra numa imagem, de um material numa forma – e, no limite, de tudo em tudo. Na raiz dessa transposição só poderia então estar a arte, por princípio um processo de deslocação, e por isso também de tradução. Daí resulta uma pergunta: De que forma podem um escultor, um pintor, um fotógrafo ou um cineasta olhar a sua prática artística como um traduzir, e como imaginam essa tradução?
Organização Bruno Duarte e Gianfranco Ferraro (FCSH-UNL)
Convidados Maria Filomena Molder, Rui Chafes e Paulo Pires do Vale
Lotação disponível (80 lugares)
Maria Filomena Molder (n. 1950)
Foi professora do Departamento de Filosofia da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH) da Universidade Nova de Lisboa (UNL), onde começou por lecionar Filosofia Medieval. Doutorou-se em 1992 com uma tese sobre «O Pensamento morfológico de Goethe». É membro do Instituto de Filosofia da Linguagem (UNL) e do Conselho Científico do Collège International de Philosophie, Paris.
Escreve sobre problemas de estética, enquanto problemas de conhecimento e de linguagem, para revistas de filosofia e de literatura e tem escrito para catálogos e outras publicações sobre arte e artistas, portugueses e estrangeiros, como Jorge Martins, Ruy Leitão, Rui Chafes, Helena Almeida, Ana Vieira, Julião Sarmento, Rui Sanches, José Pedro Croft, Bernard Plossu, Juan Muñoz, Noronha da Costa, Antony Gormley, Louise Bourgeois, Francisco Tropa e Amadeo de Souza-Cardoso.
Paulo Pires do Vale (n.1973)
Professor, ensaísta e curador, é atualmente presidente da Associação Internacional de Críticos de Arte (AICA) Portugal. É licenciado e Mestre em Filosofia pela FCSH – UNL, com a tese “O desejo na Fenomenologia do Espírito de Hegel”, e leciona na Universidade Católica Portuguesa e na Escola Superior de Educadores de Infância Maria Ulrich.
É autor de textos publicados em revistas e catálogos de exposições de artistas portugueses como Alberto Carneiro, Ana Vieira, Ana Hatherly, Carlos Nogueira, Marta Wengorovius, Rui Chafes, Fernanda Fragateiro, Tomás Cunha Ferreira, Anne-Valérie Gasc e Vasco Araújo, entre outros e tem sido curador de diversas exposições realizadas em Portugal e no estrangeiro.
Rui Chafes (n. 1966)
Escultor, licenciou-se em Escultura na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa (1989) e entre 1990 e 1992 estudou com Gerhard Merz na Kunstakademie Dusseldorf. Durante esta estadia traduziu do alemão para português o Novalis Fragments.
Com uma carreira cedo consolidada, desde os anos 1980 que expõe regularmente em museus e galerias em Portugal e no estrangeiro. Foi o representante nacional na Bienal de Veneza - com José Pedro Croft e Pedro Cabrita Reis (1995) - e na Bienal de São Paulo - com o projeto conjunto com Vera Mantero (2004). A sua obra está presente em muitas coleções públicas e tem diversas esculturas no espaço público em Portugal e no estrangeiro. Recebeu em 2004 o Prémio de Escultura Robert-Jacobsen da Würth Foundation. Parte da sua atividade é dedicada à escrita, tradução e edição de monografias que acompanham o seu trabalho de escultura.