Yugoslavia: How ideology moved our collective body, filme de Marta Popivoda, é exibido no âmbito do ciclo dança não dança, num dia totalmente dedicado às temáticas de transmissão, coreografia e história. Estes três eixos sintetizam as ideias-chave do programa, dando a ver o que de político e ideológico há nas forças que movem os corpos entre si e através dos tempos. Como pano de fundo, está o arquivo enquanto lugar que permite aceder a – e, eventualmente, retomar ou contrariar –, ritmos e entropias, e reconhecer o passado (ou o seu efeito) no presente. 

Centrando-se nas performances coletivas estatais jugoslavas ocorridas entre 1945 e 2000 – como os desfiles de 1º de maio ou as celebrações do Dia da Juventude – e nas contramanifestações ocorridas no mesmo período – como o Maio de 68, as manifestações estudantis e cívicas nos anos 90 ou a revolução de 5 de outubro – o filme, feito integralmente de imagens de arquivo, aborda os modos como, através de espetáculos de massas, a ideologia se apresenta no espaço público. Estas imagens, ao colocarem em evidência a articulação povo-ideologia-Estado, permitem assistir ao esgotamento gradual da ideologia comunista de Estado no país.

No mesmo dia, Hélia Marçal apresenta a conferência Das possibilidades da conservação de performance, Isabel de Naverán apresenta a conferência-performance História, Envoltura e Síncope, e realiza-se ainda a conferência Coreografia Social: Ensaiar a ordem para aparências de desordem, de Bojana Cvejić.

dança não dança

Este evento insere-se no ciclo de (re)performances, filmes e conversas que constitui o primeiro eixo do programa dança não dança – arqueologias da Nova Dança em Portugal. Saber mais