Cruz-Filipe. Modo de Ver

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Esta exposição retrospetiva da obra de Cruz-Filipe apresenta pinturas realizadas desde a década de 1970, incluindo dez telas inéditas pintadas a partir de 2015, a par de um conjunto de trabalhos nos quais se conjugam pintura e fotografia.

Organizada com o artista, a exposição apresenta 57 pinturas de Cruz-Filipe que traçam a evolução da sua obra desde a década de 1970 até à última tela, pintada em 2020. Apesar de uma abordagem sobretudo retrospetiva, são expostas dez pinturas inéditas, realizadas a partir de 2015, que deram continuidade ao segundo ciclo da sua pintura dedicado à paisagem.

Engenheiro de formação e profissão, Cruz-Filipe realizou, em paralelo, uma obra visual onde conjugou, de uma maneira muito própria, pintura e fotografia. O seu trabalho ganhou destaque em finais dos anos de 1960, mais concretamente a partir de 1969, quando expôs pela primeira vez uma série de pinturas executadas sobre telas fotossensibilizadas, técnica de que foi um dos principais pioneiros em Portugal.

Herdeiro de uma matriz pop, quer no uso e no processo de colagem de fragmentos de imagens apropriadas, quer, num primeiro momento, nas próprias características dessas imagens, a sua obra desenvolveu-se através de um olhar seletivo, um modo de ver, sobre a história da pintura ocidental, com particular destaque para a pintura italiana e flamenga dos séculos XVI e XVII. A complexa justaposição de imagens de pormenores retirados da pintura antiga e o trabalho pictórico – de ligação, revelação, deturpação ou ocultação – sobre esse registo de diferentes camadas acentuaram a ambiguidade e o mistério da imagem final, característicos da sua obra.

Um segundo ciclo inicia-se por volta de 2005, com o predomínio de registos fotográficos sobre paisagens e apontamentos da natureza – mar, céu, terra, atmosferas líquidas e sublimadas, árvores, nuvens – retrabalhados pictoricamente. Como na fase anterior, caracterizada pela constante presença de fragmentos do corpo humano, a imagem é reconstituída e unificada através da pintura. Em ambos os ciclos encontramos a mesma atitude estética e o mesmo desejo de provocar o olhar do observador, trazendo-lhe inquietação e o deslizamento de um sonho surreal.

Sempre a pintura, na carga histórica e conceptual que o artista lhe atribui, ocupou o primeiro plano da sua obra. Contudo, podemos interrogar-nos sobre o lugar que, no seu tão especial modo de ver, ocupa a fotografia.

No âmbito desta exposição, será também editado um catálogo com reprodução a cores de todas as obras expostas e textos da autoria de Raquel Henriques da Silva, João Pinharanda, Bernardo Pinto de Almeida e Ana Vasconcelos.


Ficha técnica

Curadoria

Ana Vasconcelos

Design de exposição

Sofia Mendes

A Fundação Calouste Gulbenkian reserva-se o direito de recolher e conservar registos de imagens, sons e voz para a difusão e preservação da memória da sua atividade cultural e artística. Caso pretenda obter algum esclarecimento, poderá contactar-nos através do formulário Pedido de Informação.

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