Bala Funk
Performance de Smaïl Kanouté
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Data
- / Cancelado / Esgotado
Local
Palco Grande Auditório Fundação Calouste GulbenkianO coreógrafo e bailarino Smaïl Kanouté convida para este espetáculo dois performers de ascendência brasileira a aproveitarem este património de identidade e de protesto para inventarem juntos um novo espaço de celebração e de resistência.
Smaïl Kanouté regressa à Fundação Gulbenkian para a estreia nacional da sua nova obra Bala Funk, uma performance coproduzida pelo CAM.
Este espetáculo utiliza luz estroboscópica e fumo. Segue-se à Performance uma conversa de 30/40 minutos com os artistas.
Imagem: nasci019 © balleturbanofotografia
Afro-Futurismo
Um movimento transdisciplinar do século XX que junta a ancestralidade africana com o futurismo. Uma das ideias essenciais de pensadores e artistas afro-futuristas como Sun Ra, Octavia Butler e Smaïl Kanouté, é de olhar para o passado e o presente para então imaginar futuros com a comunidade negra no centro. O afro-futurismo trata de encontrar novos espaços, novas formas de expressões e novas realidades, partindo sempre da ancestralidade e de passados coletivos. Este movimento de experimentação encontrou ressonância nos campos artísticos, sendo que estes permitem a imaginação, a visualização de utopias e a junção de disciplinas para, em conjunto, (re)imaginar futuros caminhos.
Capoeira
A Capoeira é uma expressão cultural afro-brasileira composta por elementos musicais e por movimentos corporais da dança e das artes marciais. Esta expressão foi criada por comunidades africanas escravizadas em território brasileiro como uma forma de luta camuflada de dança para poderem praticar movimentos de defesa.
Jogada dentro de uma roda aos sons de berimbau, pandeiro, atabaque (tambor brasileiro) e de outros instrumentos, os capoeiristas tentam dominar o jogo mexendo-se sempre na cadência da ginga, o passo base, sem nunca perder a outra pessoa de vista. O canto da Capoeira tem códigos escondidos, conta histórias dos escravos e representa uma forma de manter vivo o conhecimento ancestral. Até hoje, este fenómeno afro-brasileiro continua a influenciar vários estilos e culturas de dança, entre elas o breakdance e o funk.
Ballroom
É uma cultura underground que nasceu no bairro de Harlem em Nova Iorque durante os anos 1970. Criada por Dragqueens, as primeiras «casas» (houses) juntavam sobretudo pessoas afro-americanas e latino-americanas LGBTQ+.
As casas, muitas vezes com nomes de marcas de moda famosas, eram espaços onde as pessoas marginalizadas eram acolhidas e podiam escolher uma família. Parte crucial desta subcultura eram os balls organizados por casas que apresentavam competições com várias categorias, sendo a performance o denominador comum. Ganha quem melhor representa o papel exigido na sua categoria e a interpretação é levada à perfeição.
Voguing
Da cultura ballroom nasce o estilo de dança Voguing, e também em Nova Iorque. O nome Voguing vem da famosa revista de moda e as performances imitam as poses nas capas da revista. Entre vários códigos nesta dança, um exemplo seria o que se chama dip, um movimento onde quem dança cai ao chão de uma forma controlada, mas dramática. O dip é como o ponto final de uma frase e quando a assistência mostra o entusiasmo com palmas, estalar de dedos ou gritos.
Passinho
Um estilo de dança que surgiu dos bailes funk nas favelas cariocas e que cruza passos de capoeira, samba, frevo, breakdance e hip-hop, caracterizando-se pelos passos rápidos.
Dançado ao som do funk e nascido nos anos 2000 o Passinho teve um impacto sociopolítico e cultural importante, dando oportunidades a pessoas das favelas a saírem e fazerem uma vida dentro da dança. O Passinho faz parte da resistência à violência no Rio de Janeiro e é uma forma de expressão que estimula a criatividade e incentiva a interpretações únicas.
Dia Internacional dos Museus
Esta atividade está inserida no programa do Dia Internacional dos Museus, nos dias 18 e 19 de maio. Saber mais
Biografias
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Jhordan Lunarte
Jhordan Lunarte é guardião da ferramenta mestra na transmissão da arte Capoeira. Pai, dançarino, acrobata, performer, diretor de movimento, é membro da comunidade afro-diaspórica «Ballroom». Desenvolve estudos no campo da psicomotricidade e fluidez corporal a partir do movimento e dos saberes da arte ancestral da capoeira, e desenvolve também estudos e atividades com interligação da Capoeira&Vogue dentro do coletivo multicultural Capoeiraparatodes, emancipando mentes e aquilombando-se através da arte.
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Nala Revlon
Nala Revlon faz parte da Iconic «House of Revlon» e da «Kiki House of Wang», onde tem construído o seu percurso na «Ballroom» europeia através de major balls e kikis. Caminhou na sua categoria (“Women’s Performance” e “Female Figure”) por Paris, Londres, Berlim e Rio de Janeiro, com «grand prizes» internacionais. Tem organizado eventos associados à Ballroom em Portugal, onde tenciona impulsionar uma comunidade ballroom nacional através de aulas, debates e balls.
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Smaïl Kanouté
Smaïl Kanouté é um artista multifacetado franco-maliano residente em Paris. Pertence a uma geração jovem que renova atualmente códigos visuais e estéticos em todas as disciplinas possíveis. Com a Companhia Vivons! -fundada em 2016- desenvolve projectos de performance, obras de arte coreográfica mais pessoais, vídeos de dança e curtas-metragens. Neste momento, está a trabalhar num projeto para uma «web-docu-series» de dança.
Ficha técnica
Ficha técnica e artística
Smaïl Kanouté – Coreógrafo
Jhordan Lunarte, Nala Revlon, Smaïl Kanouté – Bailarinos
Moustapha Ziane – Colaborador artístico
Olivier Brichet – Cenografia e iluminação
Julien Villa & Paul Lajus – Designer de som
Baptiste Barthel – Diretor de luz
Compagnie Vivons ! – Produção
Produção
Coprodução
Apoios
A Fundação Calouste Gulbenkian reserva-se o direito de recolher e conservar registos de imagens, sons e voz para a difusão e preservação da memória da sua atividade cultural e artística. Caso pretenda obter algum esclarecimento, poderá contactar-nos através do formulário Pedido de Informação.