PARTIS – Práticas Artísticas para a Inclusão Social (2ª edição)
Arrancou em 2015 a segunda edição PARTIS, uma iniciativa que permite tornar realidade a convicção da Fundação Gulbenkian de que a arte é motor de inclusão e mudança social, pelo seu poder único de unir as pessoas.
Foi desenhada para apoiar projetos que utilizem as práticas artísticas – música, fotografia, vídeo, teatro, dança e circo – como ferramentas que criem pontes entre comunidades que habitualmente não se cruzam, representando um investimento de cerca de um milhão de euros para um período de 3 anos.
No quadro da segunda edição, foram recebidas 160 candidaturas de norte a sul do país, e foram selecionados 16 novos projetos para apoiar no triénio 2016-2018.
Os projetos que integraram a primeira edição, alguns ainda em curso, concluíram o seu segundo ano de vida tendo dinamizado 7963 atividades, 321 eventos públicos (37.636 visitantes/público) e chegado a cerca de 5791 participantes diretos. Estes projetos envolvem 181 profissionais a full time, 104 voluntários e 287 organizações parceiras (públicas e privadas – com e sem fins lucrativos).
Conheça todas as edições.
FORÇAS COMBINADAS
Promotor: Chapitô
Área Artística: Artes Circenses
Responsável artístico: Teresa Ricou
Território: Oeiras
2ª edição PARTIS (2016 / 2018)
Durante 36 meses, cerca de 20 jovens sujeitos às medidas mais severas previstas na Lei Tutelar Educativa participam no Forças Combinadas, um projeto desenvolvido pelo Chapitô -Coletividade de Cultura e Recreio de Santa Catarina. Os jovens do Centro Educativo Padre António de Oliveira (em Caxias) vão criar, com o apoio da equipa artística do Chapitô e de outros mentores identificados para o efeito, uma companhia de circo nos seus vários aspetos, desde a gestão empresarial à criação e apresentação de um espetáculo de novo circo.
Este é o segundo projeto do Chapitô com jovens sob regime de privação de liberdade apoiado pela PARTIS. Na primeira edição (2014-2016), o Chapitô desenvolveu o Mala Mágica, com resultados muito positivos e que já tem a sua continuidade assegurada.
Saber mais: chapito.org
PLANTE UM MÚSICO – PROJETO ZÉTHOVEN
Promotor: Associação Cultural da Beira Interior
Área Artística: Música
Responsável artístico: Luís Cipriano
Território: Covilhã, Fundão
2ª edição PARTIS (2016 / 2018)
O Plante um Músico – Projeto Zéthoven é destinado a crianças do quinto e sexto ano de escolaridade que tenham aptidões artísticas e musicais, mas que venham de famílias carenciadas socioeconomicamente e com dificuldade de acesso a atividades culturais. Cerca de 120 crianças de diferentes agrupamentos escolares das zonas da Covilhã, Fundão e Guarda, vão frequentar ao longo de 36 meses as aulas de música da Escolinha do Zéthoven, da Associação Cultural da Beira Interior (ACBI). O projeto da ACBI pretende contrariar a desertificação e fornecer a crianças carenciadas e isoladas uma formação musical e, eventualmente, para os mais dotados, um percurso profissional. Os participantes têm aulas de duas horas por semana e alguns workshops intensos aos fins-de-semana, onde se vão conhecendo e interagindo, criando redes de convívio e contrariando o grande isolamento em que muitas crianças vivem. Todos os grupos fazem um mínimo de três concertos por ano.
Saber mais: acbi.pt
NOTAS DE CONTACTO – A OCP SOLIDÁRIA NA CERCIOEIRAS
Promotor: Orquestra de Câmara Portuguesa
Área Artística: Música
Responsável artístico: Pedro Carneiro
Território: Oeiras
2ª edição PARTIS (2016 / 2018)
Um projeto piloto do Programa Gulbenkian de Desenvolvimento Humano, criado pela Orquestra de Câmara Portuguesa (OCP), e agora apoiado pela segunda edição do programa PARTIS. Durante 36 meses, músicos profissionais da OCP vão dirigir a formação de 25 clientes mais autónomos e outros com deficiência mais profunda da Cerci Oeiras, num total de 105 adultos com vários tipos de deficiência. O objetivo principal é que através do contacto semanal com professores, músicos e terapeutas, os destinatários desenvolvam competências cognitivas que os vão ajudar no dia-a-dia.
Saber mais: ocp.org.pt
ODISSEIA
Promotor: Artemrede
Área Artística: Teatro, Artes Circenses, Audiovisual
Responsável artístico: Rui Catalão, António Oliveira, António-Pedro
Territórios: Almada, Barreiro, Moita, Oeiras, Santarém e Sesimbra
2ª edição PARTIS (2016 / 2018)
O projeto Odisseia envolve, ao longo de três anos, cerca de uma centena de jovens de municípios da área metropolitana de Lisboa, distribuídos por seis grupos. Todos recebem formação em três componentes artísticas: teatro/dramaturgia, artes de rua/artes circenses e cinema/música. O projeto desenvolvido pela Artemrede conta com a colaboração direta de vários parceiros locais e com a Associação Rumo. Em cada município há parceiros da área social e cultural a acompanhar os participantes. As três componentes começam com uma residência artística que serve de ponto de partida para o desenvolvimento dos projetos nas três áreas.
O Odisseia pretende oferecer formação certificada e, eventualmente, um futuro profissional. Promover a autonomia e capacidade de decisão e aproximar os jovens dos equipamentos e das atividades culturais dos seus municípios são alguns dos objetivos a cumprir.
Saber mais: artemrede.pt
L’EGO DO MEU BAIRRO
Promotor: Associação Olho.Te
Área Artística: Teatro
Responsável artístico: Hugo Castro Andrade
Território: Funchal
2ª edição PARTIS (2016 / 2018)
Desenvolvido pela associação OLHO.TE, o projeto L’Ego do meu Bairro destina-se aos habitantes do Bairro da Nazaré, na Ilha da Madeira, um conjunto residencial construído entre o início dos anos 1980 e 2001, cujos espaços se têm vindo a degradar. Neste espaço, só 38% dos quase 5 mil habitantes se encontra na vida ativa, o que resulta em problemas de inclusão social e autoestima dos moradores. O projeto visa especialmente os jovens e crianças em situação de abandono ou insucesso escolar e as pessoas com dificuldade em aceder ao mercado de trabalho.
O objetivo do l’Ego do Meu Bairro é a requalificação simultânea do espaço e das competências pessoais dos seus habitantes. Muitas ações são de recuperação de espaços públicos, incluindo muros, equipamento e jardins. São desenvolvidos workshops de jardinagem e de cerâmica e estão ainda previstas ações de formação para aumentar as competências sociais e criar novas qualificações adequadas ao mercado de trabalho. As formações são variadas, desde o teatro e pintura a disciplinas de empreendedorismo. Outra das vertentes do projeto é ajudar a criar laços com as pequenas comunidades presentes no bairro.
Saber mais: facebook.com/associacaoolho.te/
FADO DANÇADO
Promotor: Associação Batoto Yetu Portugal
Área Artística: Dança
Responsável artístico: Associação batoto Yetu Portugal
Território: Oeiras
2ª edição PARTIS (2016 / 2018)
O Fado Dançado destina-se a jovens do concelho de Oeiras de bairros habitados por uma população maioritariamente proveniente dos PALOP. Partindo de estudos académicos e com o apoio de investigadores e coreógrafos, a Associação Batoto Yetu Portugal recriou o fado dançado que se fazia no início do século XIX, com forte influência africana e brasileira. No século XX o fado dançado perdeu o uso e é esta investigação e esta prática artística que tem desenvolvido que agora a associação quer transmitir aos participantes deste projeto.
Os jovens que se destacarem durante os ensaios e espetáculos poderão vir a integrar o grupo Fado Dançado. Os bairros participantes são, no primeiro ano, Barronhos (Carnaxide) e Lage (Porto Salvo); no segundo ano o bairro do Pombal (Oeiras) e no terceiro o Bairro dos Navegadores (Porto Salvo). Os jovens entre os 12 e os 30 anos participaram em workshops intensivos de dança, percussão e guitarra portuguesa. Contribuir para a mudança de mentalidades, aumentar a autoestima destes jovens e criar um produto cultural inovador e de qualidade são os principais objetivos.
Saber mais: batotoyetu.pt
INTEGRAR PELA ARTE – IMAGINE CONCEPTUALE
Promotor: Movimento de Expressão Fotográfica
Área Artística: Fotografia
Responsável artístico: Luís Rocha
Território: Lisboa e Viana do Castelo
2ª edição PARTIS (2016 / 2018)
O projeto do Movimento de Expressão Fotográfica apoiado pela segunda edição PARTIS destina-se a pessoas com deficiência visual (cegos ou com baixa visão) que pretendam criar um trabalho fotográfico. A ideia é aproximar os cegos e os amblíopes do universo dos normovisuais. Partindo de um trabalho de análise e discussão dentro do grupo, com visitas a museus e teatros, os participantes utilizaram equipamento fotográfico para produzir uma narrativa fotográfica que será depois exposta e publicada num livro inclusivo.
Saber mais: mef.pt
UNIVERSO283
Promotor: Mala Voadora
Áreas Artísticas: Teatro
Responsável artístico: Jorge Andrade
Território: Porto
2ª edição PARTIS (2016 / 2018)
26 alunos de uma turma do 10.º ano de escolaridade são os destinatários de UNIVERSO283 ,um projeto artístico de intervenção social concebido pela companhia Mala Voadora, em parceria com a Escola de Comércio do Porto e a A3S – Associação para o Empreendedorismo Social e a Sustentabilidade do Terceiro Sector. O UNIVERSO283 acompanha os alunos de uma turma do Curso Técnico de Vendas desta escola vocacional do 10.º até ao termo do 12.º ano. Estes alunos são provenientes de várias freguesias do Porto e têm uma história de insucesso escolar repetido que os levou a deixar o ensino regular. O objetivo do UNIVERSO 283 é, com apoio de uma equipa artística da área do teatro, ajudar os alunos a definir um projeto de realização pessoal e profissional.
TUM TUM TUM
Promotor: Centro Social de Soutelo
Áreas Artísticas: Música
Responsável artístico: Artur Carvalho
Território: Gondomar
2ª edição PARTIS (2016 / 2018)
O Tum, Tum, Tum, destinado a desempregados e crianças e jovens em risco do concelho de Gondomar, está ancorado no grupo já existente Xilobaldes, uma conhecida banda de percussão cujos instrumentos são feitos com materiais recicláveis. Desenvolvido pelo Centro Social de Soutelo, o Tum, Tum, Tum possibilita, ao longo dos 36 meses de duração, formação musical a mais de 100 jovens e a duas dezenas de adultos portadores de várias deficiências. Os participantes estão divididos em quatro grupos, provenientes do Centro de Reabilitação da Areosa, de Rio Tinto, de São Pedro da Cova e da Foz do Sousa. Todos os quatro grupos têm ensaios conjuntos semanais e duas atuações públicas por ano.
Saber mais: facebook.com/tumtumtumprojeto/
PAVILHÃO MOZART – SÓ ZEERLINA OU COSÌ FAN TUTTE?
Promotor: Sociedade Artística Musical dos Pousos
Área Artística: Música
Responsável artístico: Paulo Lameiro
Território: Leiria
2ª edição PARTIS (2016 / 2018)
A Sociedade Artística e Musical dos Pousos participa pela segunda vez no programa PARTIS. Na primeira edição, com o projeto Ópera na Prisão, foi levado à cena Don Giovanni, de Mozart, obra recriada por reclusos do Estabelecimento Prisional de Leiria – Jovens (EPLJ). Desta vez, durante 36 meses, no mesmo estabelecimento prisional, os objetivos são mais ambiciosos, uma vez que os participantes já não são apenas os reclusos. Agora os destinatários/participantes abrangem também os técnicos do EPLJ, as famílias e os amigos. A proporção é de 40 reclusos e 60 não reclusos. A ópera a recriar é igualmente de Mozart, o Cosí Fan Tutte, e toda a montagem, incluindo cenários e figurinos, é feita pelos participantes. Além da criação do espetáculo, o Pavilhão Mozart inclui a recuperação de um edifício, dos muitos pavilhões degradados da antiga quinta onde está o EPLJ. Pretende-se que seja um centro de artes performativas, dinamizado pelos reclusos, aberto à comunidade também fora dos muros, a funcionar além dos 36 meses de duração do apoio PARTIS.
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Projeto Pavilhão Mozart – fase de Residências Artísticas
REFÚGIO E ARTE: DORMEM MIL CORES EM MEUS DEDOS
Promotor: Conselho Português para os Refugiados
Área Artística: Artes Visuais
Responsável artístico: Sérgio Condeço
Território: Lisboa
2ª edição PARTIS (2016 / 2018)
O projeto do Conselho Português Para os Refugiados (CPR) destina-se a cerca de 40 jovens refugiados, entre os 14 e os 18 anos, que chegaram a Portugal sem o acompanhamento de um familiar ou adulto e que estão a viver no Centro de Acolhimento de Menores Desacompanhados, em Lisboa. Esta é a segunda vez que PARTIS apoia um projeto do CPR. No anterior, foram feitas oficinas de teatro, enquanto neste são trabalhadas as artes plásticas, em coordenação com a aprendizagem do português.
Saber mais: refugiados.net
PA-REDES
Promotor: Clube Intercultural Europeu
Área Artística: Arte Urbana
Responsável artístico: Miguel Noronha, Raquel Dias Pedro
Território: Lisboa
2ª edição PARTIS (2016 / 2018)
Um museu urbano ao ar livre feito pelos próprios moradores e que espelhe as memórias dos bairros sociais João Nascimento Costa e Carlos Botelho, em Lisboa, na freguesia do Beato, é o resultado da intervenção do projeto do Clube Intercultural Europeu denominado PA-REDES. Numa primeira fase, faz-se o levantamento das memórias e histórias dos bairros, com a participação de toda a comunidade. Paralelamente, decorrem ateliês de pintura e desenho, estes mais vocacionados para as crianças e jovens participantes (cerca de 50), que realizam diversos murais nos dois bairros. Os locais a pintar e os temas são definidos pelos moradores em assembleias comunitárias.
Saber mais: clubeinterculturaleuropeu.wordpress.com
GERAÇÃO SOMA
Promotor: Associação V0’Arte
Área Artística: Dança
Responsável artístico: Ana Rita Barata, Pedro Sena Nunes
Território: Lisboa
2ª edição PARTIS (2016 / 2018)
O projeto Geração Soma, criado pela Associação Vo’ Arte, destina-se especialmente a crianças do ensino básico com Necessidades Educativas Especiais nos agrupamentos de escolas de três freguesias de Lisboa: Parque das Nações, Telheiras e Estrela. Trata-se de um projeto artístico de dança em que é abordada a ideia de super-herói, que começa a ser desenvolvida dentro da sala de aula, com o objetivo de investigar quais os “super poderes” de cada um. Dessa investigação e das residências artísticas da companhia de dança da Vo’Arte resulta um espetáculo.
Saber mais: voarte.com
RETRATOS DAS ILHAS: BONFIM PARA ALÉM DAS FACHADAS
Promotor: Rede Inducar
Área Artística: Fotografia, Teatro
Responsável artístico: Paulo Pimenta, Maria João Mota
Território: Porto
2ª edição PARTIS (2016 / 2018)
O objetivo é criar um programa cultural nas ilhas (habitações sociais típicas da cidade do Porto) do Bonfim, envolvendo todos os seus moradores. O projeto de 24 meses de duração da Rede Inducar passa pela fotografia e pelo teatro comunitário. É realizado um levantamento de fotografias antigas e aos 80 destinatários diretos são dadas máquinas para que captem a vivência das ilhas nos dias de hoje. O projeto envolve toda a população e é um complemento para o aumento da autoestima da população e desenvolvimento de novas competências que os retirem do isolamento.
Saber mais: facebook.com/retratosdasilhas/
NOVOS ALUNOS D@ GULHERME COSSOUL
Promotor: Sociedade de Instrução Guilherme Cossoul
Área Artística: Música
Responsável artístico: Ernesto Donoso, Daniel Costa, Rui Magno Pinto
Território: Lisboa
2ª edição PARTIS (2016 / 2018)
Com este projeto pretende-se criar de uma banda filarmónica integrada por crianças entre os 8 e os 14 anos, parte delas sinalizadas pela Junta de Freguesia da Estrela como crianças em risco, provenientes de famílias com carências socioeconómicas. O projeto Novos Alunos d@ Guilherme Cossoul, com duração de 36 meses, destina-se a 30 crianças da Madragoa, da Pampulha, da Rua Possidónio da Silva e da Rua do Possolo. Para ser integrador, embora vise principalmente as crianças em risco, o projeto está aberto à participação de todas as crianças destes territórios.
Saber mais: ojslisboa.weebly.com/a-iniciativa.html
CONTRATEMPO: GRUPO DE INTERVENÇÃO SOCIAL ATRAVÉS DA MÚSICA
Promotor: Associação Nova Aurora na Reabilitação e Reintegração Psicossocial
Área Artística: Música, Fotografia
Responsável artístico: Dimitris Andrikopoulos, Olívia Silva
Território: Porto
2ª edição PARTIS (2016 / 2018)
Projeto da Associação Nova Aurora que junta uma tuna de estudantes de Tecnologias da Saúde e os 45 utentes da associação, maioritariamente pessoas com esquizofrenia da área do Porto. Destes, apenas os mais autónomos, cerca de 25, participam nos espetáculos, mas todos estão envolvidos na sua construção. Os destinatários têm aulas de instrumentos e de canto em conjunto com a tuna, estando as mesmas integradas numa unidade curricular do mestrado da Escola Superior de Música, Artes e Espectáculos (ESMAE).
Saber mais: centro-reabilitacao.anarp.org.pt/apoio-familiar-/projetos-/projetos-/contratempo-pf-229
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