Curso de formação avançada em Realização de Cinema e Televisão
Candidaturas até 9 de maio
A Fundação Calouste Gulbenkian e a Escola das Artes da Universidade Católica do Porto organizam um Curso de Formação Avançada em Realização em Cinema e Televisão que, combinando perfis e processos do cinema contemporâneo e do showrunning televisivo, permitirá desenvolver um projeto original entre as duas áreas ao longo de 15 semanas, com acompanhamento de realizadores e profissionais de craveira internacional.
Direcionado para oito profissionais ou artistas em início de carreira, este curso oferece um programa de criação artística que terá como projeto a realização de uma curta-metragem ou de um episódio-piloto de uma série televisiva.
O curso é gratuito e funcionará em regime de tempo integral e em contexto de residência artística, no Porto, ao longo de 13 semanas distribuídas entre 15 de setembro e 16 de dezembro de 2022 (pré-produção e rodagem), acrescidas de duas semanas a definir entre janeiro e fevereiro de 2023 (para montagem e pós-produção). Será lecionado em português e em inglês.
Resultados
Mário Jorge da Cunha Veloso
Clara Villaverde Cabral Jost
Ana Sofia Marques Vilela da Costa
Nuno Miguel Ochôa Pimentel Gonçalves
Ágata de Pinho Lopes
Luisa Albuquerque de Mello
Diego Bragà Portugal
Marta Sousa Ribeiro
Formadores
Durante o período desta formação, os alunos terão o acompanhamento tanto de realizadores e artistas internacionalmente reconhecidos, como de técnicos e criativos com trabalho relevante no cinema e na televisão portuguesas.
Os alunos serão acompanhados por cinco realizadores, que passarão pela Escola das Artes para falarem do seu trabalho, em modo de masterclass, mas também para conduzir tutorias individuais sobre os projetos em curso.
A encabeçar este grupo de professores estão Atom Egoyan (O Futuro Radioso), Lucrecia Martel (A Mulher Sem Cabeça), Céline Sciamma (Retrato de Uma Rapariga em Chamas) Marco Martins (São Jorge) e João Canijo (Sangue do Meu Sangue).
A complementar estes realizadores-tutores, o curso apresenta ainda uma série de criativos das diversas áreas da produção de cinema.
Tutores Principais
Nomeado para dois óscares pelo filme O Futuro Radioso (1997), Atom Egoyan é um cineasta canadiano de ascendência arménia que acompanhou o renascimento do cinema indie americano durante os anos 1990. É um artista multifacetado, com obras para cinema, televisão, mas também para teatro, ópera e instalações artísticas. O seu trabalho lida, sobretudo, com a alienação e o impacto da tecnologia na vida moderna.
A realizadora argentina é uma das mais importantes cineastas contemporâneas, tendo estreado os seus filmes nos principais festivais de cinema. Desde O Pântano (2001) até Zama (2017), Martel tem consolidado a sua posição como criadora de atmosferas ficcionais que retratam a claustrofobia e a solidão dos nossos tempos.
Uma das mais promissoras cineastas francesas, Céline Sciamma surpreendeu o mundo cinéfilo com Retrato de Uma Rapariga em Chamas (2019), um drama queer no universo do filme de época (final do século XVIII), que estreou na competição oficial de Cannes. Bando de Raparigas (2014) ou Petite Maman (2021) são obras que demonstram uma vontade de olhar para o universo feminino e para a fluidez das suas identidades.
Artista e cineasta português, Marco Martins tem desenvolvido um trabalho diverso que vai, para além do cinema mais clássico, à televisão e ao teatro, performance e instalação. Entre os seus filmes, Alice (2005), a sua primeira longa, foi um dos filmes mais celebrados da década, e São Jorge (2016) mostrou a face escondida da grande crise de 2008-2012. Lidando com personagens em perigo, o cineasta examina o lado mais íntimo da nossa sociedade.
Um dos mais importantes cineastas portugueses, João Canijo tem uma obra longa, onde coloca as suas personagens a discutir as mudanças sociais de Portugal, e a partir das quais demonstra a violência subterrânea da sociedade (como em Noite Escura, 2004, ou Sangue do Meu Sangue, 2011). Tendo já passado pelas seleções oficiais de Cannes e Veneza, Canijo tem também um apurado método de trabalho com atores. Foi ainda encenador de teatro.
Produção
Um dos mais importantes produtores de cinema portugueses, Luís Urbano tem desenvolvido a sua atividade à volta de O Som e a Fúria, uma das mais relevantes casas de produção atuais. A sua experiência atravessa vários filmes ao longo de duas décadas de trabalho, muitas delas premiadas, ou feitas em coprodução. Entre outros, produziu filmes de Miguel Gomes, Manoel de Oliveira, Salomé Lamas, Ira Sachs ou Lucrecia Martel. É membro da Academy of Motion Picture Arts and Sciences.
Escrita de Argumento e Showrunning
Um dos mais reputados showrunners portugueses e responsável pela primeira série portuguesa produzida para a Netflix: Glória (2021). Desde 2007, é diretor de Conteúdos da produtora SP Televisão. Tem escrito para cinema e televisão, sendo da sua autoria mais de vinte títulos, entre curtas e longas-metragens, mini-séries, séries e telenovelas. As suas obras têm estado presentes nos principais festivais internacionais de televisão, como os Emmy Internacional.
Direção de Fotografia
Talvez um dos mais internacionais diretores de fotografia portugueses, Rui Poças tem um currículo invejável de colaborações, de que se destacam os portugueses Miguel Gomes ou João Pedro Rodrigues. Tem trabalhado em muitas produções brasileiras e argentinas, tendo fotografado filmes para Lucrecia Martel ou Ira Sachs. Tem também um percurso pela publicidade.
Direção de Arte
Mais conhecido pelos filmes que realizou – quer a solo (O Que Arde Cura), quer em dupla com João Pedro Rodrigues (A Última Vez que Vi Macau) –, João Rui Guerra da Mata é também diretor de arte, sobretudo nos filmes de João Pedro Rodrigues e Carlos Conceição. Foi também professor dessa área na Escola Superior de Teatro e Cinema.
Montagem
Cineasta com uma obra com várias curtas-metragens, Mariana Gaivão tem também uma carreira como montadora, sobretudo para filmes de Marco Martins, João Pedro Rodrigues ou Carlos Conceição.
Correção de Cor
Realização e Argumento
Há longo de mais de duas décadas, Graça Castanheira tem construído um percurso sólido no terreno do cinema documental. Destacam-se, entre outros, os filmes Angst (2010), A Rua da Estrada (2012) e a série documental Herdeiros de Saramago (2020). É, atualmente, professora na Escola Superior de Teatro e Cinema.
Programação e Gestão
Fundador do coletivo Produções Fictícias, Nuno Artur Silva tem uma longa experiência de escrita e produção para cinema e televisão. Foi ainda administrador da RTP entre 2015 e 2018, e Secretário de Estado do Cinema, Audiovisual e Média entre 2019 e 2022.
É a atual diretora da RTP2, para a qual tem gerido os conteúdos há mais de duas décadas. Pelas suas mãos têm passados inúmeros projetos de cinema e televisão, que a RTP2 tem coproduzido.
Condições de elegibilidade
Podem candidatar-se artistas portuguese(a)s ou estrangeiro(a)s residentes que trabalham em território nacional. Os candidatos deverão concorrer ao Curso já com uma primeira ideia ou abordagem conceptual (nota de intenções, sinopse estendida ou memória descritiva) para o projeto a realizar; esta primeira ideia poderá ser modificada ou melhorada ao longo do curso.
As candidaturas devem ser realizadas no formulário abaixo entre as 10:00 do dia 4 de abril 2022 e as 17:00 do dia 9 de maio 2022.
Regulamento (PDF, 888 KB) Formulário de Candidatura