Uma gota na chuva. Uma flor no jardim
Mais do que uma notícia, este texto é um convite. Um convite para se deixar levar, pela voz radiofónica de José Carlos Barreto, por não um ou dois, mas uma dúzia de passeios pelo Jardim Gulbenkian. A promessa da voz que nos guia, no arranque deste podcast, é a de que, além de ouvir, “se estivermos com muita atenção, até conseguimos cheirar a terra molhada, o musgo ou a água fresca a correr” para o lago. Os podcasts, que estarão alojados no website e no Spotify da Fundação Gulbenkian, levam o ouvinte a percorrer recantos, a ouvir a chuva, os pássaros e o vento a passar por entre a folhagem, a perceber quem passa, quem ficou, levam-nos a ouvir histórias, a desenterrar memórias. Desde logo, memórias daquele que, nos anos 60, ajudou Viana Barreto a desenhar o jardim – Gonçalo Ribeiro Telles. Simplesmente “Gonçalo”, como conta a fagotista Vera Dias no segundo podcast; ou “Ribeiro Telles”, como permanece na memória da maioria dos portugueses, 100 anos após o seu nascimento.
Ao longo destes 12 passeios, em que José Carlos Barreto se faz sempre acompanhar pelas notas da pianista Joana Gama e por um sem número de convidados (nomes mais conhecidos ou perfeitos desconhecidos), ficará a saber, por exemplo, o que tem a Ilha dos Amores de Camões a ver com esta conversa, o que é a ideia grega de genius loci, o que permaneceu da feira popular, do jardim zoológico ou do hipódromo que, ao longo dos tempos, foram ocupando o antigo Parque de Santa Gertrudes, que caminhos não pertenciam ao projeto inicial, e que… se há amor no jardim, também há desamor – o ator e encenador Ricardo Neves-Neves que o diga!
E se, por alguma razão, houver um dia em que não quiser ouvir história nenhuma, recoste-se e fique só a ouvir. Bzzz… um chilrear ou os ffffffffffffff e os shhhhh que em poucos minutos nos permitem fazer reset.
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