José-Augusto França (1922 – 2021)
Dirigiu, durante vinte e seis anos (1971 – 97) a revista Colóquio-Artes, na Fundação Calouste Gulbenkian, tendo dirigido o Centro Cultural Calouste Gulbenkian, em Paris, entre 1983 e 1989. Para a Presidente da Fundação, Isabel Mota, “José Augusto-França foi uma referência internacional no domínio da Cultura e da História da Arte que prestigiou Portugal e a Fundação Calouste Gulbenkian, que muito lhe deve como instituição”.
Historiador, crítico, ficcionista, foi Professor da Escola de Belas-Artes (Lisboa) e da Universidade de Paris (Sorbonne), sendo presentemente Professor jubilado da Universidade Nova de Lisboa. Licenciado em Ciências Histórico-Filosóficas (1944), pela Universidade de Lisboa, diplomou-se em Paris, na École Pratique des Hautes Études, em Ciências Sociais (Sociologia da Arte), dissertando sobre «L’Art dans la société portugaise au XXe siècle». Obteve o Doutoramento em História (1962) e o Doutoramento de Estado em Letras e Ciências Humanas (1969), respetivamente com uma tese sobre a Lisboa pombalina, «Une Ville des Lumières: La Lisbonne de Pombal»; e, no segundo, sobre o romantismo, «Le Romantisme au Portugal». Entre 1947 e 1949, participou no Grupo Surrealista de Lisboa. Em 1949, publicou Natureza Morta, o seu primeiro romance. Entre maio de 1951 e dezembro de 1956, organizou e editou um conjunto de «antologias de inéditos de autores portugueses contemporâneos», que se chamaram de Unicórnio a Pentacórnio. Foi, com Jorge de Sena, José Blanc de Portugal e Ruy Cinatti, animador dos Cadernos de Poesia, nas suas 2ª. e 3ª. séries.
A partir dos anos sessenta, em Paris afirmou-se como notável historiador e crítico de arte. A obra de José-Augusto França é muito rica, destacando-se A Arte em Portugal no Século XIX, A Arte e a Sociedade Portuguesa no Século XX. Escreve sobre Columbano, Malhoa, Rafael Bordalo Pinheiro, Amadeo, Almada, António Carneiro e António Pedro. É ainda coautor de um Dicionário da Pintura Universal, publicado entre 1959 e 1973.