Disse Agustina: “É preciso que o modelo seja íntima consciência do artista, que tenha vivido muito tempo no âmbito da sua evolução moral e física, a ponto de ter dela participado, para que um dia, por força da memória criativa e vingadora, apareça como retrato. A Sibila é um retrato (...)”.
Nesta mostra que reúne dez retratos de dez artistas (Alain Corbel, Cláudia R. Sampaio, João Fazenda, João Maio Pinto, Luis Manuel Gaspar, Mantraste, Pedro Lourenço, Sebastião Peixoto, Susa Monteiro e Tiago Manuel), está Quina, a Sibila, assim como está Fanny Owen. E Lourença, Purinha, Ofélia, Camila, Ema, Fisalina, Rosalina e Ana. Através delas, destas mulheres e das suas narrativas, reencontramo-nos com dez livros de Agustina; através deles, destes retratos e do modo como foram recriados com traços, confrontamo-nos com dez perspectivas de leitura da obra de Agustina. Que podem ou não coincidir com a nossa. É esse caleidoscópio que permite celebrar a riqueza infinita de uma obra e, simultaneamente, é a riqueza infinita de uma obra como a de Agustina que permite ampliar esse caleidoscópio, adicionar-lhe vidros, espelhos, reflexos ou, como diria a escritora, “humanas provas de amor, de justiça, de verdade”.
— Inês Fonseca Santos
A autora escreve segundo o antigo acordo ortográfico.