O Tesouro dos Reis. Obras-primas do Terra Sancta Museum
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Local
Galeria Principal Fundação Calouste GulbenkianPreço
25% – Menores de 30
10% – Maiores de 65
Cartão Gulbenkian:
50% – Menores de 30
15% – Maiores de 65
De entre estes templos, a Basílica do Santo Sepulcro, em Jerusalém, assume o maior protagonismo. Na tradição cristã, este é o local da morte, sepultamento e ressurreição de Jesus de Nazaré. Considerando esta centralidade espiritual, o envio de ofertas para este e outros templos da Palestina representava, para estes príncipes, uma importante projeção da sua devoção e do seu poder.
Assim, diversos soberanos europeus, como Filipe II de Espanha, Luís XIV de França, João V de Portugal, Carlos VII de Nápoles ou Maria Teresa de Áustria, enviaram recursos materiais e financeiros destinados ao sustento das igrejas e comunidades locais, tais como moedas de ouro, cera e, também no caso português, bálsamos, perfumes, especiarias e chá.
Para além destes recursos de caráter efémero, foram igualmente alvo da generosidade destes monarcas obras artísticas de ourivesaria, têxteis e mobiliário, com o objetivo de serem utilizados no culto e na ornamentação dos espaços religiosos.
Esta exposição tem, pois, como tema central estas doações, que incluem notáveis produções da arte europeia. A lâmpada de igreja remetida para Jerusalém pelo rei de Portugal, D. João V, e o baldaquino que acolhia uma custódia ou um crucifixo, doado por Carlos VII, rei de Nápoles, são exemplos eloquentes das estratégias políticas de ofertas então desenvolvidas.
A exposição propõe ainda um percurso pela história milenar e pelo simbolismo espiritual da Basílica do Santo Sepulcro, bem como pelo papel desempenhado pela Custódia da Terra Santa – a instituição católica franciscana responsável por zelar pelos lugares cristãos na Terra Santa – na receção, utilização e preservação destes objetos de culto católico.
A ligação de Calouste Gulbenkian à Terra Santa é também evocada na exposição, que revela o vínculo de longa data da sua família a este lugar e dá a conhecer um manuscrito iluminado arménio do século XV oferecido pelo colecionador ao Patriarcado Arménio de Jerusalém. Apresentado aqui pela primeira vez, este manuscrito foi doado na década de 1940, quando Gulbenkian já residia em Portugal.
Temas
De Constantino, «o Grande», a Solimão, «o Magnífico»
«Theatrum Mundi»: Doações Régias aos Lugares Santos
Calouste Sarkis Gulbenkian e Jerusalém
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Jerusalém, «Centro do Mundo»
Jerusalém assume-se como uma das cidades fundamentais para as três grandes religiões monoteístas: Judaísmo, Cristianismo e Islamismo. Na tradição cristã, e juntamente com Belém e Nazaré, Jerusalém representa a «Cidade da Redenção», uma vez que ocorreram neste território da Palestina as diversas etapas da vida de Jesus que, durante séculos, constituíram temas centrais da produção artística europeia. Lugar da morte, do sepultamento e da ressurreição de Cristo, Jerusalém assume por isso um especial protagonismo que lhe confere o título de «Centro do Mundo» cristão. Alguns mapas de produção europeia atestam este pensamento teológico ao colocarem a Cidade Santa no âmago do planisfério.
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De Constantino, «o Grande», a Solimão, «o Magnífico»
Com o Édito de Milão, no ano 313, Constantino concedeu aos cristãos a liberdade de culto no Império Romano, permitindo que o Cristianismo se tornasse, progressivamente, numa religião de Estado. A tradição que identificava os locais do Calvário e do sepulcro de Cristo levou Helena de Constantinopla – mãe do imperador Constantino – a visitar a Terra Santa em 326, dando origem à construção da Basílica do Santo Sepulcro. Este e outros templos então edificados tornar-se-ão destino de numerosos peregrinos europeus que, sobretudo a partir do século XIV, passam a ser acolhidos pelos frades da Ordem de São Francisco. Desde a sua chegada à Terra Santa, os franciscanos viveram em contexto maioritariamente não cristão e envolvidos em sucessivos confrontos. Contudo, mantiveram a missão de guarda dos lugares santos e, por inerência, a celebração do culto católico e o apoio aos peregrinos e às comunidades cristãs locais.
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«Theatrum Mundi»: Doações Régias aos Lugares Santos
A importância simbólica da Terra Santa deu origem a inúmeras doações por monarcas católicos europeus a vários templos deste território. Filipe II de Espanha, Luís XIV de França, João V de Portugal, Carlos VII de Nápoles ou Maria Teresa de Áustria foram alguns dos soberanos que enviaram recursos materiais e financeiros destinados ao sustento das igrejas e das comunidades locais, tais como moedas de ouro, cera, azeite e, também no caso português, bálsamos, perfumes, especiarias e chá. Para além destes recursos de carácter efémero, produções notáveis da arte europeia foram também objeto da generosidade destes monarcas, incluindo obras de ourivesaria, têxteis e mobiliário para a celebração do culto e para a ornamentação dos espaços religiosos. Jerusalém assumia-se, desta forma, como um «palco» onde estes príncipes exibiam as suas ofertas enquanto projeção da sua devoção e do seu poder, conferindo à Terra Santa o título de «Teatro do Mundo».
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Calouste Sarkis Gulbenkian e Jerusalém
A vida de Calouste Sarkis Gulbenkian (1869-1955) conta com diferentes pontos de ligação afetiva, espiritual e material a Jerusalém. Cristão arménio por herança familiar, Gulbenkian inicia esta relação durante a infância, quando realiza a sua primeira peregrinação à Terra Santa. Ao longo dos anos, acompanhando o sucesso alcançado pelo Colecionador na indústria do petróleo, esta afinidade consolida-se, manifestando-se energicamente através de esforços filantrópicos. A Biblioteca Gulbenkian do Patriarcado Arménio de Jerusalém, visitada pelo mecenas em 1934, constitui o testemunho mais expressivo desta relação. Esta materialização e a oferta, em 1948, de um livro de Evangelhos arménio cruzam-se, ainda, com o fascínio do Colecionador pela arte do livro. Após a sua morte, a Fundação Calouste Gulbenkian daria continuidade, até ao presente, a este vínculo ancestral com Jerusalém.
Vídeos
Ficha técnica
Projeto realizado em parceria com a Custódia da Terra Santa (Jerusalém) e o Terra Sancta Museum, Jerusalém.
Curadoria
Jacques Charles-Gaffiot (comissário científico)
André Afonso (comissário executivo)
Emprestadores
Coleção George M. Al-Ama, Belém
Custódia da Terra Santa / Terra Sancta Museum, Jerusalém
Museu Calouste Gulbenkian, Lisboa
Biblioteca de Arte e Arquivos Gulbenkian, Lisboa
Biblioteca Nacional de Portugal, Lisboa
Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa
Museu Nacional do Azulejo, Lisboa
Museu Nacional Machado de Castro, Coimbra
Palácio Nacional da Ajuda, Lisboa
Patriarcado Arménio de Jerusalém, Jerusalém
Paróquia de Nossa Senhora dos Remédios de Moita do Norte (Diocese de Santarém), Santarém