Madalena de Azeredo Perdigão (1923-1989): vamos correr riscos

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Colóquio comemorativo do centenário do nascimento de Madalena de Azeredo Perdigão

 

Integrado nas comemorações do centenário do nascimento de Madalena de Azeredo Perdigão, o presente colóquio procura evocar e destacar as suas relevantes contribuições para a vida cultural e artística portuguesa na segunda metade do século XX.

Para além das várias intervenções e testemunhos individuais que compõem o programa, e cujo foco será celebrar o legado de Madalena Perdigão, terá lugar uma mesa-redonda que convida os participantes a interrogar-se: como pensar, de modo transformador, em novos modelos institucionais que respondam às questões artísticas, sociais, políticas e ecológicas dos nossos dias, numa perspetiva transdisciplinar e transnacional?

No ano que antecede a reabertura do CAM e em que se assinala a criação do ACARTE (1984), esta é uma conversa para aprofundar o questionamento crítico a partir de olhares plurais que interrogam as práticas artísticas e curatoriais, os processos de mediação e de participação pública, e para refletir em conjunto sobre a relevância de um espaço dedicado às artes e à cultura, hoje.

Ao longo de trinta e um anos, desde a sua nomeação, em 1958, para a chefia do que era então a Secção de Música da Fundação Calouste Gulbenkian, até à sua morte, em 1989, após cinco anos à frente do ACARTE, e passando pela sua ação da maior relevância como responsável por sucessivas etapas da reforma do sistema de Ensino Artístico no País, Madalena de Azeredo Perdigão marcou como ninguém o panorama das Artes Performativas em Portugal, com um impacto que se estende, em muitos aspetos, até aos nossos dias. Deve-se-lhe, nas décadas de 1950 a 70, o estabelecimento das infraestruturas musicais que permitiram pela primeira vez uma participação ativa de Portugal no circuito concertístico internacional e o lançamento das bases de uma nova política de formação musical, colmatando muitas das lacunas de uma modernidade até então por construir no campo da Música portuguesa. E deve-se-lhe em seguida, já nos anos 80, a aposta corajosa num pensamento pós-moderno de abertura ao questionamento crítico do cânone estabelecido, à experimentação e à inovação estéticas em todos os domínios artísticos, a novos projetos e linguagens interdisciplinares, à descoberta das artes extraeuropeias e ao diálogo entre tradições e expressões culturais eruditas e populares.

O presente colóquio procura relembrar o que foram os múltiplos contributos de Madalena de Azeredo Perdigão na sua permanente procura de respostas estruturantes a tudo o que a cada momento considerava faltar à vida cultural portuguesa, e termina com o lançamento de um desafio: que novas respostas, no legado direto do seu pensamento e da sua ação, haveria hoje que dar aos novos desafios com que se deparam as Artes em Portugal?


Oradores


Programa

09:30 / Abertura

António M. Feijó
Guilherme d’Oliveira Martins
Rui Vieira Nery

10:00 / Uma herança viva: a atividade de Madalena Perdigão

José Sasportes

— PAUSA PARA CAFÉ —

11:00 / A construção tardia da Modernidade na vida musical portuguesa

Rui Vieira Nery

11:30 / Novas metodologias do ensino da música em Portugal: outro legado de Madalena de Azeredo Perdigão

Manuela Encarnação

12:00 / “Trata-se duma iniciativa de grande alcance”. A atividade musicológica do Serviço de Música da Fundação (1958-75): estratégia e eixos de intervenção

Mariana Portas

12:30 / “Em boa hora entrou na Fundação”: Madalena de Azeredo Perdigão e os desafios da afirmação no feminino

Inês Thomas Almeida

Moderação: Maria de Assis Swinnerton

— PAUSA PARA ALMOÇO —

14:30 / O ACARTE de Madalena Perdigão, uma curadoria da falta

Ana Bigotte Vieira

15:00 / Éramos jovens, queríamos conquistar a Europa e ser cosmopolitas. O ACARTE foi onde tudo começou.

António Pinto Ribeiro

15:30 / Disrupção e Inspiração: A Pluralidade Musical Promovida pelo Serviço ACARTE

Marco Roque de Freitas
Pedro Roxo

16:00 / ACARTE e CAI: no princípio era a Arte como elemento fundamental na Educação

Helena Simões

Moderação: Rui Vieira Nery

— PAUSA PARA CAFÉ —

16:45 / Mesa-redonda: Experimentação, Criação, Colaboração. O que faz falta, hoje?

Carlos Bunga
Ekua Yankah
John Romão
Raquel Castro
Rita Fabiana

Moderação: Sofia Victorino
Apresentação: Benjamim Weil e Ana Botella

A Fundação Calouste Gulbenkian reserva-se o direito de recolher e conservar registos de imagens, sons e voz para a difusão e preservação da memória da sua atividade cultural e artística. Caso pretenda obter algum esclarecimento, poderá contactar-nos através do formulário Pedido de Informação.

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