4ª ed. rev. e aum.

Arte poética

Horácio

Edição digital

Acesso aberto

Foi na Apúlia, em Venúsia, que Quintus Horatius Flaccus nasceu, em 65 a.C. Filho de um libertus (escravo forro), foi enviado a estudar em Roma com o retor Orbilius. Continuará os estudos em Atenas e, aos vinte anos (44 a. C.), alistar-se-á no exército de Bruto como tribunus militum, voltando a Roma em 42. Emprega-se então como scriba quaestorius, sem que, todavia, deixasse a ocupação que lhe era mais agradável, a publicação de versos.

Vário e Virgílio apresentaram-no a Mecenas, proporcionando-lhe, por volta de 38 a. C., um lugar no círculo de literatos que se reunia na casa do grande benfeitor das letras. Começará para Horácio uma nova era de sucesso literário, de melhoria financeira e uma longa amizade com Mecenas e alguns dos poetas protegidos por este. As suas relações sociais estenderam-se às personalidades dominantes da Roma de então e chegaram mesmo ao próprio imperador, que igualmente passou a protegê-lo. Até à sua morte, em 8 a. C., nunca mais abandonou a poesia.

A obra poética que nos deixou é o reflexo da sua personalidade equilibrada, sem ser demasiado satisfeita, do seu carácter ambicioso, sem que por isso fosse possuído por eterno descontentamento. Combinava um bom gosto muito seu, uma ironia prazenteira e um labor incansável, com os resultados da sua experiência poética, e com a leitura da poesia grega e romana.

A sua obra – em que a techné (ars) grega se combina admiravelmente com o Italum facetum e com a ironia que ao poeta era peculiar –, ainda que apresente certa diversidade, não deixa de estar unida interiormente pelo seu equilíbrio e bom senso estético.

Incluída no grupo das epístolas encontra-se a mais extensa e importante composição, a Epistola ad Pisones (ca. 14 ou 13 a. C.) escrita em hexâmetros dactílicos, sobre teoria literária. Quintiliano chamar-lhe-á «ars poetica» ou «de arte poetica liber». […] Não estamos diante de um tratado, mas de uma simples carta aos Pisões, onde se formulavam alguns princípios que, porventura, também poderiam aparecer num compêndio de retórica. […] Horácio quereria levá-los a compor poesia dramática, observando os princípios da composição literária que conduzem à perfeição.

(Da introdução de R. M. Rosado Fernandes)


Ficha técnica

Outras Responsabilidades:

Introd., trad. e comentário de R. M. Rosado Fernandes

Coordenação editorial:
Fundação Calouste Gulbenkian
Editado:
Lisboa, 2012
Páginas:
175 p.
ISBN:
978-972-31-1444-7
Atualização em 10 fevereiro 2021

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