Arquitetura Modernista em destaque na Fundação Gulbenkian

Projetos de recuperação de duas obras emblemáticas – A Piscina de Marés de Álvaro Siza e a Estação Central da Beira, em Moçambique – em exposição no átrio da Biblioteca de Arte.
31 jul 2023

Sob o lema Keeping it Modern, a Biblioteca de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian apresenta duas mostras que incidem sobre um par de projetos modernistas dos anos de 1960, com especial enfoque no processo de gestão e conservação ao longo do tempo até aos nossos dias.

Nenhum sítio é deserto, organizada pela Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto e Estação Central da Beira, concebida pela Escola de Arquitetura, Arte e Design da Universidade do Minho, abrem hoje ao público no átrio da Biblioteca de Arte.

Além de partilharem o tema – conservação de arquitetura moderna – as mostras decorrem de projetos de investigação científica financiados pelo programa Keeping It Modern Grant, iniciativa da Getty Foundation, de Los Angeles, EUA. 

Considerada uma obra-prima pela sua modernidade e integração orgânica na paisagem, o complexo da Piscina de Leça da Palmeira, de Álvaro Siza, foi desenhado e construído entre 1960 e 2021, tendo sido alvo de consecutivas encomendas e revisões que foram ditando o crescimento paulatino do conjunto balnear, desde a edificação de um tanque de marés até à sua recente renovação e extensão para norte. Classificado desde 2011 como Monumento Nacional, o edifício encontra-se em funcionamento há seis décadas, tendo-se tornado uma referência para as comunidades locais, fazendo já parte da sua identidade e memória coletiva. A exposição apresenta desenhos, fotografias e maquetes, bem como filmes do Arquivo da RTP e da autoria dos curadores. 

Já a Estação Central da Beira, em Moçambique, contruída entre 1957 e 1966, foi projetada por um trio de arquitetos empenhados na utilização do léxico e dos princípios do Movimento Moderno internacional: João Garizo do Carmo (1917-1974), Francisco José de Castro (1923-2016) e Paulo de Melo Sampaio (1926-1968). Incorporando um vasto repertório de princípios e formas característicos da arquitetura do segundo pós-guerra, era, na altura, a maior infraestrutura ferroviária do território nacional, sendo, atualmente um ex-libris da cidade. A exposição revela o projeto de conservação e manutenção deste complexo ferroviário, proposto em 2019 por uma equipa de docentes e investigadores da Universidade do Minho, em Guimarães, da Faculdade de Arquitetura e Planeamento Físico da Universidade Eduardo Mondlane, em Maputo, e dos Caminhos de Ferro de Moçambique, na cidade da Beira.

Estas duas exposições serão pretexto para um colóquio internacional a realizar no dia 21 de setembro, que vai debater questões centrais no âmbito da conservação e gestão do património moderno, com a participação de académicos e especialistas de instituições como o World Monuments Fund, a Fundação Getty, o ICOMOS International Scientific Committee of 20th Century Heritage, o Docomomo, a Fundação Le Corbusier, a Fundação Gulbenkian e ainda as Universidades do Porto e do Minho.

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