Veneza em Festa
De Canaletto a Guardi
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Data
- sáb,
- Encerra à Tuesday
Local
Galeria Principal Fundação Calouste GulbenkianPreço
- 6,00 €
25% – Menores de 30
10% – Maiores de 65
Cartão Gulbenkian:
50% – Menores de 30
15% – Maiores de 65
Entrada gratuita para estudantes com Cartão Gulbenkian ao sábado das 18:00 às 21:00.
O Museu Calouste Gulbenkian e o Museo Thyssen-Bornemisza, depois da colaboração que desenvolveram em 2009 dedicada ao pintor francês Henri Fantin-Latour, voltam a promover um encontro de obras das suas coleções, motivada pelas afinidades que as caracterizam. Este novo projeto, que se inicia em Lisboa e continua em Madrid no início de 2025, tem como tema a pintura veneziana do século XVIII.
Pintores incontornáveis como Canaletto, Guardi, Bellotto e Tiepolo, autores de algumas das mais brilhantes composições do seu tempo, encontram-se entre os artistas selecionados para a exposição. As feste, celebrações realizadas na Sereníssima, as vedute, vistas panorâmicas de um determinado local, e os capricci, arquiteturas fantasistas fruto da imaginação dos artistas locais, por natureza todas elas motivos festivos, constituem o foco desta apresentação.
A cidade de Veneza é, no século XVIII, um centro cosmopolita para onde convergem viajantes de toda a Europa. À sua debilidade política e militar, a Sereníssima responde com a realização de cerimónias públicas faustosas, que celebram a sua antiga grandeza.
No último século da sua história (inicia no século IX e termina em 1797 com a ocupação napoleónica), a República vive uma época de extraordinária vitalidade criativa, que abarca múltiplas formas de expressão artística: a música, o teatro, a pintura, as artes decorativas e a arquitetura.
Em 1703, Luca Carlevarijs publica uma série de gravuras em que os edifícios mais importantes da cidade são dispostos segundo critérios tipológicos. O momento estabelece, definitivamente, o nascimento da vedutaveneziana.
Embora o género tenha nascido no Norte da Europa, é em Veneza que atinge o seu apogeu com o surgimento de um grande número de pintores a dedicar-se à realização deste tipo de vistas urbanas. As condições que conduzem a esta conjuntura de sucesso justificam-se pela presença contínua de um público estrangeiro que se reúne na cidade para a paragem obrigatória do Grand Tour, a viagem educativa das elites da época.
Um género específico dentro do tema, as feste, destinado a celebrar acontecimentos como magníficas regatas ou visitas de soberanos ou de embaixadores europeus, conhece também o seu momento mais alto. A cidade assume o papel de protagonista e é retratada como uma verdadeira obra de arte.
Dois pintores contemporâneos, Giambattista Tiepolo e Canaletto, alcançam resultados surpreendentes. Este último dedica-se à pintura de vedute, caracterizada por perspetivas amplas que realçam a singularidade de Veneza como «cidade da água» e celebram a sua espetacular cenografia arquitetónica.
Francesco Guardi inicia a sua carreira de vedutista em meados da década de 1750. Para a realização das suas primeiras obras, o pintor apropria-se de protótipos iconográficos existentes e apresenta versões próprias caracterizadas por uma indiscutível vitalidade de execução. Longe do rigor geométrico de Canaletto, o mais novo dos dois artistas retrata arquiteturas banhadas de luz, numa linguagem pictórica cintilante; é o último pintor a imortalizar o esplendor das cerimónias na Sereníssima República de Veneza.
O conjunto de obras reunidas nesta exposição oferece testemunho da atração que esta cidade milenar despertou entre os visitantes, a que entusiasticamente se juntaram dois grandes colecionadores do século XX: Hans Heinrich Thyssen-Bornemisza e Calouste Sarkis Gulbenkian.
Mecenas
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