Jordi Savall recebe Prémio Europeu Helena Vaz da Silva

28 set 2015

O músico e maestro catalão Jordi Savall vai receber, no dia 12, na Fundação Gulbenkian, o Prémio Europeu Helena Vaz da Silva para a Divulgação do Património Cultural. O júri quis distinguir as suas qualidades excecionais enquanto artista, mas também o lado humanista, pelo seu contributo para a cele bração da história multicultural da Europa, através do seu rico património musical. Nesta edição, são distinguidos com Menções Especiais o jornalista dinamarquês de rádio e televisão  Adrian Lloyd Hughes e o jornalista cultural espanhol Rafael Fraguas.

O Prémio, instituído em 2013 pelo Centro Nacional de Cultura (CNC), em cooperação com a Europa Nostra, a principal organização europeia de defesa do património que o CNC representa em Portugal, e com o Clube Português de Imprensa, distingue contribuições excecionais para a proteção e divulgação do património cultural e dos ideais europeus. Conta com o apoio da Secretaria de Estado da Cultura, da Fundação Calouste Gulbenkian e do Turismo de Portugal.

Honrado pelo prémio que vai receber, Jordi Savall considera-o um reconhecimento do trabalho desenvolvido pela Fundação Centro Internacional de Música Antiga, mas também da dedicação à recuperação e divulgação do património musical do renascimento e do barroco espanhol e europeu, e do seu “empenho pessoal no diálogo intercultural entre Oriente e Ocidente e a ligação de culturas diversas através da música”. Para o maestro catalão, este é um apoio encorajador “sobretudo nestes momentos tão difíceis para os que se esforçam para que a música, a beleza e a cultura possam chegar a um número cada vez maior de pessoas e de países e sejam acessíveis a todos os níveis sociais, sem exceção”.

Com mais de 50 anos de carreira, Jordi Savall tornou-se o principal divulgador da música antiga a nível mundial. Gravou mais de 230 álbuns, abrangendo reportórios do período medieval, renascentista, barroco e clássico, com especial destaque para a música hispânica e mediterrânica. Com a mezzo-soprano Monserrat Figueras, sua mulher, falecida em 2011, estabeleceu a Fundação Centro Internacional de Música Antiga, que integra diversos conjuntos: o instrumental Hespérion XX (1974), o vocal La Capella Reial de Catalunya (1987) e a orquestra Concerto das Nações, de música barroca tocada com instrumentos originais (1989). Jordi Savall tem inspirado um movimento mundial de música antiga, que reúne não só músicos mas também apreciadores deste género musical.

O Júri do Prémio é constituído por Guilherme d’Oliveira Martins, presidente do Centro Nacional de Cultura, João David Nunes (Clube Português de Imprensa), Eduardo Marçal Grilo (administrador da Fundação Gulbenkian), Francisco Pinto Balsemão (Grupo Impresa), Irina Subotic, Piet Jaspaert, José-María Ballester e Marianne Ytterdal (Europa Nostra).

Este Prémio Europeu, que tem o nome de Helena Vaz da Silva (1939-2002), recorda a jornalista portuguesa, escritora, ativista cultural e política, e a sua notável contribuição para a divulgação do património cultural e dos ideais europeus. É atribuído anualmente a um cidadão europeu cuja carreira se tenha distinguido pela difusão, defesa e promoção do património cultural da Europa, quer através de obras literárias e musicais, quer de reportagens, artigos, crónicas, fotografias, documentários, filmes de ficção e programas de rádio e/ou televisão. O escritor italiano Claudio Magris foi o primeiro laureado deste prémio europeu, em 2013; o escritor turco e Nobel da Literatura Orhan Pamuk recebeu este prémio no ano passado.

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